Não são muitos os cemitérios do interior de Venâncio Aires que têm sinos. Onde eles estão, é tradição ouvir o badalo toda vez que ocorre um falecimento. Na Linha 17 de Junho, tal som voltou a ser ouvido nos últimos meses, depois da reposição do artefato no alto do cavalete junto ao portão principal do cemitério católico.
Por cerca de um ano e meio, o local ficou vazio, desde que o antigo sino ‘sumiu’ misteriosamente no fim de 2018. Sem informação nenhuma sobre o paradeiro do objeto, a decisão foi pela compra de um novo sino, para que a prática cultural não se perdesse.
De acordo com informações da diretoria responsável pelo cemitério, o sino novo foi comprado com recursos do caixa, mantidos por cerca de 130 sócios. O objeto veio de Santa Catarina, pesa cerca de 85 quilos e é uma mistura de bronze e latão.
Além do artefato suspenso a uma altura de cerca de 5 metros, o que também é novidade no cemitério da 17 de Junho é uma obra de melhoria no entorno. Em outubro, também com recursos dos associados, foi construída uma nova cerca e o acesso foi melhorado com cargas de brita.
Relembre
A Folha do Mate repercutiu o sumiço do sino em janeiro de 2019, pouco dias após moradores próximos perceberem a falta do artefato na entrada do cemitério. O caso até foi registrado na Delegacia de Polícia de Venâncio Aires.
A peça ficava suspensa em um cavalete de cerca de 5 metros de altura. Conforme alguns moradores mais antigos, tinha mais de 70 anos, era de bronze e foi importada da Alemanha. Nunca foi restaurada e apenas a estrutura que a sustentava era pintada à época de Finados.
Suspenso no alto, pesado e barulhento, as dúvidas maiores são como o sino foi tirado e por quê. Não havia nenhuma marca no chão ou no cavalete. Ninguém viu, ninguém ouviu e, desde então, o paradeiro do sino antigo segue um mistério.