História de Josinei Ricardo de Azeredo – Professor e pesquisador
Fico extremamente feliz em receber esta grande incumbência de fazer um breve retrospecto dos 30 anos de história do nosso querido Centro de Cultura e Biblioteca Pública de Melos. Não vivenciei todos os momentos desta bela história, mas como defensor da memória e cultura de nosso povo, faço questão em reluzir alguns dos belíssimos momentos que vivenciamos.
O sonho desta obra teve início em uma reunião realizada no dia 13 de outubro de 1990, na residência de Siegfried W. Froemming (já falecido), quando um grupo de pessoas, a maioria professores, reuniu-se com o doutor João Gomes Mariante. Na oportunidade, foi lavrada a ata de fundação do Centro de Cultura e Biblioteca Pública de Melos e eleita a primeira diretoria, que teve Rovena Dettenborn como presidente, Carmem Froemming como tesoureira e Silvenia Helfer como secretária.
Em 1991, uma pequena biblioteca foi instalada na sacristia da Igreja Evangélica. A maioria das obras era doada por simpatizantes e algumas foram adquiridas com recursos oriundos de promoções que o grupo realizava, como eventos culturais que tiveram repercussão muito positiva na região, sempre com apoio do idealizador João Gomes Mariante (já falecido), que lançou o desafio de transformar a Biblioteca em Centro de Cultura.
Encontros, conferências, simpósios, concursos literários e diversas outras atividades de igual teor eram promovidas pela entidade. Uma das conferências marcantes foi a do saudoso psicanalista Cyro Martins. O professor Mozart Pereira Soares discorreu sobre a cultura em geral. Em 18 de outubro de 1997, foi inaugurado o curso de Iniciação Cultural. Ainda consta, nesta época, a realização do concurso Aluno do Ano, o Troféu Charrua e a criação do Clube Infantojuvenil de Leitura.
INAUGURAÇÃO DO PRÉDIO
Com sua influência, João Mariante trouxe figuras ilustres à pequena Vila Melos, 5º distrito de General Câmara, para que conhecessem e dessem sua contribuição, mesmo que fosse de credibilidade, ao projeto que se construía. A inauguração do prédio que iria abrigar o espaço cultural aconteceu no dia 24 de setembro de 1995, oportunidade na qual se fizeram presentes a secretária de Educação do Estado na época, Iara Wortmann, o atual senador Lasier Martins e governadores de Rotary Club, entre diversas personalidades da época.
Hoje, o Centro de Cultura abriga uma biblioteca, um anfiteatro que serve para shows, apresentações artísticas, reuniões e outras finalidades. Também abriga a Secretaria de Educação, Cultura Desporto e Turismo, sendo que a Prefeitura é a maior mantenedora do prédio, que é viabilizado por um comodato. As instalações possuem dois andares, 330 metros quadrados e têm uma arquitetura arrojada e diferenciada em Vale Verde.
Como o local possui uma extensa área verde, mesmo estando no centro da cidade, serve para realização de eventos como feira do livro, Cine Auto Show e eventos da municipalidade. O anfiteatro já recebeu momentos importantes, como a apresentação do documentário sobre a história de Vale Verde e o anúncio da 1ª Festa Luso-germânica, entre outros.
Apesar das dificuldades, o Centro de Cultura ainda representa um oásis a saciar as nossas necessidades culturais, no entanto, os áureos tempos nos proporcionaram momentos únicos, que certamente servem de motivação a trilhar os próximos anos com muita experiência e seriedade.
Quem um dia poderia prever que Vila Melos teria um centro cultural? As dificuldades de outrora eram superiores às de hoje. Mesmo assim, a luta constante de lideranças da comunidade foi sendo vitoriosa. Para ficar registrado e as próximas gerações compreenderem que, anos atrás, o Centro de Cultura foi referência regional e internacional na área da pesquisa, história/letras.
“És a fonte do conhecimento; os bens materiais, o homem pode perder a qualquer momento; o saber e a cultura são conquistas perenes, nem mesmo a morte consegue arrebatar-lhe, porque é um legado permanente à sua geração e às gerações vindouras.’’
Parte do discurso de João Gomes Mariante (já falecido), no lançamento da pedra fundamental do Centro de Cultura.