Comunidade se manifesta contra a instalação de pedágio na RSC-453

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Em praticamente todas as manifestações feitas durante audiência pública sobre a concessão da RSC-453, realizada na última sexta-feira, 24, na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires, um assunto se repetiu: a contrariedade em relação à instalação de pedágio em Venâncio Aires. Hoje, há previsão da instalação de um pórtico do modelo free flow no quilômetro 10 da rodovia, nas proximidades do trevo de acesso a Vila Palanque e Linha Travessa.

Comunidade, empresários e lideranças questionaram o valor da tarifa e, inclusive, cobraram mais aporte financeiro do Governo do Estado ao projeto para baratear o valor da tarifa previsto, que é de R$ 3,77. Hoje, a previsão é que o poder concedente invista R$ 1,3 bilhão. 

Também se questionou o modelo free flow, que foi considerado pela população como inadequado para a realidade da região. Entre os pontos apresentados estão a dificuldade que um novo pedágio vai gerar para trabalhadores que se deslocam para trabalhar em outros municípios, como em Mato Leitão e Lajeado. 

Mato Leitão

Sobre a Cidade das Orquídeas também se falou dos prejuízos que a cobrança causará ao município, porque hoje muitos moradores realizam compras no comércio da Capital do Chimarrão, além das atividades de trabalho e dos serviços de saúde, uma vez que o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro Cruzeiro, são referências para a população de Mato Leitão. 

Nesse sentido, o prefeito Arly Stöhr, o Flecha, e vereadores da Cidade das Orquídeas se manifestaram oralmente com questionamentos e apontamentos de demandas. Um ofício também foi entregue pelo chefe do Executivo mato-leitoense ao Estado, onde constam questões de infraestrutura que precisam ser revistas. 

Conforme o Município, é preciso realizar a construção de travessias de pedestres, vias marginais de mão dupla e inclusão de rótula de 300 metros entre os quilômetros 12 e 13. O documento também informa que o pórtico de acesso principal ao município não tem acesso no sentido crescente (Venâncio – Lajeado), “sendo necessária a reformulação total do projeto nesse trecho”, informa o documento. 

“Além do pedágio, a preocupação maior é com o traçado da rodovia. A duplicação, lógico, vai trazer benefícios, mas também as apreensões. Acho que o município não pode ser penalizado com um projeto desse tipo, pois tem um fluxo muito grande de máquinas agrícolas que precisam ter a passagem de um lado para o outro da rodovia”, enfatizou Flecha em entrevista à Folha e Terra FM.

Sobre esse tema, o secretário da Reconstrução Gaúcha informou que se buscará aproximar a relação com o prefeito de Mato Leitão e os técnicos do município para apresentar as intervenções que estão previstas e ouvir as necessidades. “Temos que entender, de fato e onde estão essas lacunas, para poder fazer a checagem técnica do que é possível realizar para chegar ao que interessa ao município. O importante é que faremos essa discussão com o prefeito e os técnicos para identificar algum tipo de problema para poder ajustar”, prometeu. 

Outros temas

• Moradores e lideranças da região baixa de Venâncio participaram da audiência pública para pedir atenção do projeto em relação ao arroio Castelhano. No modelo atual está prevista a elevação da atual ponte, localizada no quilômetro 6 da RSC-453.

• No entanto, a solicitação é que sejam feitas pontes secas e galerias para tentar minimizar o impacto de possíveis catástrofes climáticas, como a enchente que atingiu o município entre o fim de abril e maio do ano passado. 

• Moradores do bairro Brands também compareceram em peso na reunião aberta ao público com o objetivo de pedir intervenções no acesso ao bairro, visando a segurança dos moradores e usuários da rodovia. Outro ponto que se levantou foi a possibilidade de isenção da tarifa de pedágio para moradores de Venâncio Aires. 

• Presente no encontro, o deputado estadual Edivilson Brum (MDB) manifestou concordância com as reivindicações feitas pela comunidade e lideranças e apresentou duas sugestões. Uma para que o Estado discuta o projeto por mais tempo e a outra que o poder concedente aumente o aporte financeiro de R$ 1,3 bi para R$ 1,8 bi, o que auxiliaria na diminuição do valor que deverá ser pago pelo pedágio. 

• O secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, informou que além das audiências públicas, conversas individuais já estão sendo realizadas com os Municípios. Ele ainda destacou que algumas demandas são possíveis solucionar agora, no projeto referencial, onde são identificados problemas e gargalos e se propõem algumas soluções, e outras serão elaboradas no projeto executivo.

• Sobre o aporte financeiro maior do Estado, Capeluppi disse que a pauta será avaliada tecnicamente e levada ao governador Eduardo Leite para que a possibilidade seja avaliada.

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