Conheça melhor o surf, que deve estrear nas Olimpíadas de 2020

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Em 2020, na China, um evento inédito vai agitar o mundo esportivo: a 60 quilômetros de Tóquio, na praia de Tsurigasaki, o surfe fará sua estreia nos jogos olímpicos. A modalidade será uma das cinco novatas que possuem a responsabilidade de renovar o programa olímpico.

Mas não pense que o esporte é exclusividade dos atletas profissionais. Na realidade, a antiga prática é uma grandiosa herança popular. Assim como qualquer outra atividade, o indivíduo que apresentar interesse é plenamente capaz de realizá-la. Por isso, escolha uma praia, pegue sua prancha, um traje para surfar e bora cair na água.

A origem

Os primeiros relatos que remontam a origem do surfe estão relacionados à tradição havaiana de he’e nalu que, em tradução livre, significa “deslizamento sobre ondas”. Na cultura local tradicional, o mar expressava um personalidade própria, refletindo sentimentos. Todos os processos, bem como as condições ideais para realização da atividade, envolviam rituais místicos e simbólicos.

A realização exigia clima e ondas adequados e, para conseguir um bom mar, os antigos havaianos recorriam aos os kahunas, sacerdotes locais que entoavam cânticos e danças cerimoniais, agradando o oceano e rogando pelo bom surf.

À época, o esporte era reconhecido como um exercício de treinamento capaz de manter o físico dos líderes em condições superiores ao dos demais nativos. Além disso, o surfe era método de resolução dos mais variados conflitos, testando habilidades dos competidores por meio de competições ríspidas, em que dignidade, romances e patrimônios eram disputados.

Mudanças históricas

A tradição havaiana sofreu alterações extremas com a chegada do homem europeu, os “haole”. No final do século XVIII, capitão inglês Cook chegou ao arquipélago vulcânico.
A partir de então, um crescente número de estrangeiros não paravam de desembarcar na região. Exploradores, comerciantes, missionários e colonos chegavam aos montes, objetivando a tomada e conquista de terras.

Evidentemente, as tradições culturais nativas foram diluídas ao longo do tempo. A forçada introdução da religião ocidental, por exemplo, foi responsável pelo banimento dos elementos sobrenaturais pertencentes ao surfe. Coagidos a um estilo de vida totalmente diferente – e sem sentido algum para eles – os havaianos perderam a identidade tradicional, e o surfe entrou em uma era de declínio, passando a ser um passatempo quase extinto.

Em meados de 1900, porém, um grupo de resistência havaiana jovem, reviveu o interesse histórico sobre a prática. Os Beach Boys of Waikiki trouxeram de volta o esporte mitológico.

Conquistando o mundo

Ao chegar nas ilhas, os europeus acreditavam que apenas o povo havaiano era dotado das habilidades surfistas. Essa concepção, entretanto, caiu por terra – ou por mar – quando George Freeth, nativo de descendência irlandesa-havaiana, se mudou para a Califórnia.
George, além de ser o primeiro salva-vidas do estado, ficou conhecido também como o primeiro surfista a impulsionar o esporte, promovendo campanhas e associações publicitárias ao longo da costa californiana. Assim, não demorou para que a atividade se espalhasse para a América 15 anos depois, Duke Kahanamoku, nadador, ator e surfista havaiano foi responsável por introduzir triunfantemente o surfe na Austrália.

Daí em diante, o esporte foi ganhando proporções mundiais. Os rápidos progressos tecnológicos do século fomentaram ainda mais o desenvolvimento do desporto. Os anos vinte trouxeram avanços no design de pranchas, instrumentos e materiais, transformando o surfe em uma atividade mais acessível ao grande público.

A introdução de quilhas (as barbatanas inferiores das pranchas) facilitou a aprendizagem, aumentando o número de manobras, truques e, consequentemente, de praticantes.
Em 7 de agosto de 1928, na Califórnia, ocorreu a primeira competição oficial. A disputa contou com a participação de 15 surfistas, que competiram em 4 categorias – uma delas era o uso da prancha para salvar vidas.

REGRAS ESSENCIAIS

Direito de prioridade

A regra é clara: o surfista mais próximo do pico tem prioridade para pegar a onda. Assim, se você estiver remando enquanto alguém já espera, dê preferência para ele.
Você deve selecionar a melhor posição e permanecer nela, não remando em volta de outros surfistas. Seja paciente e espere pelo momento de sua onda – assim não há chances de roubar a vez de alguém que também está esperando.
Comunique-se com o restante, informando suas ações. Além disso, não fique no caminho, pois, além de evitar acidentes, você deixa o espaço livre.

Cuidados

Independente da praia ou local onde você irá surfar, tenha em mente que o oceano pode te machucar. Por isso, antes de entrar de cabeça no mar, verifique com cuidado o fundo, podendo utilizar a prancha para isso.ando
Por sua vez, as pranchas também são armas perigosas quando unidas à força do mar. Assim, deve-se usar uma correia de fixação para evitar acidentes.

Respeite a natureza

Jamais deixe lixo na areia ou na água! A prática é lição de cidadania, além de ser coerente à ideologia do surfe.
Procure, então, devolver à Mãe Natureza todo prazer e alegria que ela proporciona. Sempre que possível, junte amigos para realizar um mutirão de limpeza em sua praia habitual.

    

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