Correios entram em greve mas, unidade de Venâncio Aires não adere à paralisação

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Cerca de 100 mil trabalhadores dos Correios aderiram à greve nacional, organizada pelos sindicados filiados, após assembleia realizada na segunda-feira, 17. Apesar da manifestação, a unidade dos Correios de Venâncio Aires não aderiu à paralisação e segue trabalhando normalmente. Contudo, como algumas unidades estão paralisadas, inclusive em Porto Alegre, é possível que ocorra atraso na entrega de produtos e correspondências, pois o sistema dos Correios está interligado.

Conforme nota dos Correios divulgada à imprensa, a rede de atendimento dos Correios está aberta em todo o país e os serviços, inclusive Sedex e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios.

De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Correios, Alexandre Nunes, a mobilização ocorreu devido à retirada dos direitos da categoria, descaso com a saúde dos trabalhadores e possível privatização da empresa.

Os sindicatos entraram em negociação com os Correios para manter o Acordo Coletivo da categoria, que tinha vigência até 2021. Contudo, a empresa não aceitou a reivindicação, afetando diretamente os direitos dos trabalhadores, com a retirada de 70 das cláusulas que amparavam a classe. “A decisão de greve foi tomada contra a retirada destes direitos, à falta de respeito e dignidade aos trabalhadores e a maneira irresponsável que a empresa está tratando os seus funcionários, frente à pandemia”, enfatiza Nunes.

Ele argumenta que esta decisão foi tomada pela empresa porque exite um projeto de privatização dos Correios e, para que seja concretizado, é necessário cortar os direitos dos funcionários, mesmo que estejam trabalhando e a empresa esteja gerando lucro.

Em contrapartida, a empresa afirma que nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado.

Em nota divulgada à imprensa, os Correios afirmam que se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. “Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos”, destaca a nota de esclarecimento.

Quais os direitos que foram atingidos

Com a mudança do Acordo Coletivo da categoria, 70 cláusulas que amparavam os direitos dos trabalhadores foram extintos, entre eles, 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, em uma atitude desumana impedindo tratamentos diferenciados e que garantem melhor qualidade de vida, pagamento de adicional noturno e horas extras.

“A categoria não está reivindicando aumento de salários mas, a manutenção do acordo coletivo de trabalho.”

ALEXANDRE NUNES

Secretário-geral do Sindicato dos Correios

    

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