O ano de 2020 começou com bons negócios nas revendas de veículos de Venâncio Aires. Telefones não param de tocar e as mensagens via WhastApp se acumulam, já que são muitos clientes fazendo contato para buscar informações a respeito de automóveis. Dezembro de 2019 já havia sido de boas vendas e o mercado segue aquecido, principalmente em relação a veículos novos e seminovos. Essa tendência havia sido antecipada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que projeta um incremento, em nível de país, de quase 10% na comercialização ao longo deste ano.
Moah Terres, proprietário da JM Automóveis, revenda que fica na esquina das ruas General Osório e Júlio de Castilhos, acredita que a retomada da economia está gerando mais confiança nos clientes, que optam por fazer investimentos em dezembro e janeiro, aproveitando os recursos do 13º salário. O empresário lembra ainda que os consumidores têm feito uma análise de custo-benefício um pouco mais criteriosa no momento da adquisição de um automóvel. “Novos e seminovos estão saindo em bom número. Hoje em dia, as pessoas preferem investir um pouco mais para evitar a manutenção”, argumenta.
Terres ressalta que o ano de 2019 também já foi bom para o setor de veículos. “Tivemos durante o ano passado uma regularidade nas vendas. Todos os meses de 2019, na comparação com o de 2018, foram melhores”, comenta. Ele entende que o otimismo dos clientes se dá, também, em virtude das reduções dos juros. “As taxas caíram não apenas por conta de estratégia de mercado, mas também pelo fato de que temos mais financeiras, o que estabelece concorrência e gera mais facilidade para os clientes”, diz.
LARGADA EM JANEIRO
Elstor Pilz, proprietário da Chima Veículos, loja localizada na rua Brígida Fagundes, quase esquina com a Voluntários da Pátria, também confirma o bom momento. Ele argumenta que, ao contrário de outros anos, quando as vendas melhoravam em fevereiro, em 2019 e 2020 a comercialização teve alta já nos primeiros meses do ano. “Tem o ditado de que o ano inicia só depois do Carnaval, mas para os negócios com veículos, a largada tem sido já nos primeiros dias de janeiro. É importante para o setor”, declara.
Pilz lembra que os meses mais quentes do ano também são propícios para as vendas, especialmente pelo fato de que muitos clientes que têm automóveis sem ar-condicionado, por exemplo, buscam os modelos mais completos. “Os consumidores estão se organizando cada vez mais para dar conforto às suas famílias e acessar os modelos com mais tecnologia. Antes, as pessoas ficavam até 10 anos com o mesmo carro, mas nos dias de hoje, quem pode se programa para trocar a cada três ou quatro anos”, esclarece.
“Para o nosso negócio, o otimismo do consumidor é muito importante, mas também ficamos satisfeitos ao notar que os clientes estão conseguindo melhorar as condições de seus veículos. Isso mostra que há evolução na qualidade de vida.”
MOAH TERRES – Proprietário da JM Automóveis
INCREMENTO
- A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que o setor registre, este ano, um aumento de 9,4% na venda de veículos novos. A projeção é de que 3,05 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus sejam licenciados. No ano passado, o volume foi de 2,79 milhões.
- Quanto às exportações, a perspectiva é de recuo. Para 2020, a remessa deve se aproximar de 381 mil veículos, ante os 428 mil registrados no ano passado. “Ainda é lento, mas a gente está vendo alguns sinais, e isso pode ajudar a retomar o consumo”, diz o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
- Em relação à produção para este ano, o volume deve chegar a 3,16 milhões. Em 2019, as montadoras fabricaram 2,94 milhões de unidades. A alta é de 7,3%, nesse caso.
Fonte: Agência Brasil
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o Brasil tem chances de se estabelecer como sexto maior mercado automotivo, este ano. Ao avançar no ranking, em que ocupa o oitavo lugar, ultrapassaria a França e o Reino Unido.
Alison comprou um Celta
Alison Mickael Wessling, 19 anos, adquiriu seu primeiro carro no fim de 2019. “Precisava de um veículo para ir trabalhar na cidade vizinha, Santa Cruz do Sul.” Ele comenta que buscava um automóvel econômico, conservado e que coubesse no orçamento. “Fui na revenda, olhei e gostei do carro. O Celta estava pouco rodado, conservado e é econômico. Por isso comprei.” O jovem poupava dinheiro desde os 14 anos, quando começou a carreira na música, como baterista. Ele conta que comprou o automóvel “praticamente à vista”. “Dei uma entrada boa e parcelei o restante”.