Em Vila Santo Antônio, no interior de Mato Leitão, o auxiliar administrativo escolar, Solano Garcia, 44 anos, transformou o hobby de criar minicoelhos em uma alternativa para a geração de renda extra. Hoje, ele utiliza as redes sociais, principalmente o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, para divulgar e vender filhotes para moradores de diversos municípios, principalmente da região, que procuram por um animal de estimação.
Garcia conta que, inicialmente, criava e vendia os filhotes para uma agropecuária de Venâncio Aires. Depois, ele investiu na criação de uma página no Facebook e passou a realizar apenas vendas diretas. Atualmente, além da fanpage, o cunicultor tem um perfil no Facebook e no Instagram para divulgar fotos e informações sobre os animais. “O meu primeiro minicoelho, que é um mini Lion, tenho até hoje. Ele está com 9 anos. Sempre gostei muito de animais”, compartilha.
Os minicoelhos com maior procura são da raça Netherland, considerados os menores do mundo. Além disso, Garcia também oferece animaizinhos das raças mini Lion, mini Holandês, Teddy, Lop e Fuzzy Lop. Segundo o auxiliar administrativo escolar, no último ano, a procura pelos animais de estimação se manteve constante.
Ele comenta que é muito comum que pessoas adultas comprem animaizinhos de estimação, mas por causa da pandemia de Covid-19 ele percebeu que teve um aumento na compra dos bichinhos para as crianças. “Já cheguei a ter pessoas que esperaram cinco meses na fila para comprar filhotes”, relata, ao observar que grande parte das vendas é feita sob encomenda.
Vendas
Curiosamente, a data com maior procura pelos minicoelhos é o Natal. Somente em dezembro do ano passado, Garcia vendeu 47 filhotes. Neste ano, ele relata que a Páscoa também está com muita procura. Até a manhã da sexta-feira, 26, ele já havia recebido 37 encomendas de filhotes. Em média, o valor cobrado pelo filhote é R$ 60.
O cunicultor explica que os animaizinhos são comercializados, normalmente, 30 dias após o nascimento, porque esse é o período de desmame deles. Além de realizar a comercialização pela internet, Garcia oferece assistência para os clientes, no sentido de esclarecer dúvidas sobre a criação e os cuidados com os animais de estimação.
Saiba mais sobre os minicoelhos
O cunicultor Solano Garcia explica que na hora de comprar um minicoelho é preciso levar em consideração que ele é um animal roedor. Por isso, quando mantido dentro da casa é importante ter uma gaiola ou um espaço adequado para deixá-lo, onde não corre o risco dele causar estragos.
De acordo com ele, os minicoelhos são animais que gostam muito de brincar e de interagir com as pessoas, além de adorarem receber carinho. Eles são animais silenciosos e que emitem som apenas quando são machucados ou sentem medo. Também não fazem barulho ao caminhar e costumam manter uma boa relação com outros animais de estimação.
São bichinhos que não transmitem doenças e não necessitam de banho, pois são animais autolimpantes. Caso o tutor queira, pode auxiliar na higienização utilizando apenas panos úmidos e escovando os pelos, para remover os que estão soltos.
Quando são mantidos dentro da casa, a orientação é que a alimentação seja baseada em ração, porque isso inibe o odor da urina deles. Se eles forem criados na rua, é preciso pensar em um espaço adequado, onde eles não sejam expostos a muito calor ou à chuva. Os minicoelhos também têm facilidade de fazer as necessidades em um local único, pois isso já faz parte da natureza deles.
Uma orientação importante repassada por Garcia é que os tutores sempre os tratem com carinho, brinquem com os animais e estabeleçam uma relação com eles, para que os bichinhos continuem mansos e dóceis. “Sempre digo, principalmente na Páscoa, que na hora de presentear alguém com um minicoelho é preciso lembrar que ele não é um presente de um dia”, destaca. Os minicoelhos vivem em média oito anos, mas podem chegar a até 14 anos.
A experiência de ter um minicoelho como pet
Desde julho do ano passado, a gerente de uma ótica de Venâncio Aires, Samara Oliveira da Silveira, 34 anos, vive a experiência de ter uma minicoelha como animal de estimação. A moradora do bairro Santa Tecla, na Capital Nacional do Chimarrão, conta que durante 12 anos tinha uma cachorrinha de estimação, que faleceu em junho de 2020.
A perda lhe causou muito sofrimento e isso fez com que ela decidisse que não adotaria mais cachorros. Foi aí que surgiu a ideia de comprar um minicoelho. “A Nayla é extremamente carinhosa, pede colo sempre que eu sento no sofá. Ela gosta muito de deitar a cabeça nas minhas pernas ou ficar no meu peito. Ela é muito presente e muito dócil. É um amor”, relata Samara. A escolha do nome da minicoelha, que é da raça mini Lion, teve como inspiração a personagem Nala, do filme O Rei Leão.
Samara conta que Nayla é muito conhecida nas redes sociais, pois ela costuma publicar diversas fotos com o bichinho de estimação. Além disso, ela tem uma mochila especial para pets, que é usada para transportar o animal durante os passeios, e utiliza uma coleira para caminhar com a minicoelha na rua ou em espaços abertos, para evitar que o animalzinho se perca.
A moradora de Venâncio explica que os cuidados com o animal são muito simples. A alimentação é baseada em ração e água. Quando está sozinha em casa, Nayla fica em um cercadinho, mas nos outros momentos costuma ficar solta pela casa. Apesar de o minicoelho ser um animal autolimpante, Samara tem o hábito de higienizar Nayla com lenços umedecidos e pentear os pelos, que costumam ter nós.
Em dias muito quentes, a moradora de Venâncio aposta na disponibilização de uma caixinha com um pouco de água para a minicoelha se refrescar. Ela também tem uma coleção de laços para usar nos pelos do animalzinho de estimação. Segundo Samara, que também tem um gato de estimação, a relação entre os dois bichinhos é tranquila. “A Nayla é extremamente importante, pois quando vou para casa sei que tem alguém me esperando. Ela foi um presente para mim”, destaca.
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