Começar os treinos na academia, melhorar em matemática, passar no vestibular, guardar dinheiro para a carteira de habilitação, ler aquele livro que está parado na estante. Sempre que começa o ano, as metas estão ‘fresquinhas’ na cabeça ou escritas no papel, projetando um ano cheio de conquistas. No decorrer dos meses, no entanto, muitas acabam esquecidas ou se perdem no meio do caminho. Para evitar que isso aconteça e ajudar você a definir suas metas e começar 2021 com o pé direito, o Na Pilha! apresenta uma série de dicas da terapeuta ocupacional Marina Severo Jantsch.
De acordo com ela, as metas são importantes para que a gente esteja em constante evolução e tenha consciência disso. Quando reconhecemos quais são os nossos desejos, colocamos no papel e, mais tarde, vemos que eles se tornaram realidade, conseguimos nos conhecer melhor e ver o quanto evoluímos.
Marina explica que a maioria das pessoas costuma fazer metas no início do ano, mas isso não precisa, necessariamente, ser feito agora. “Pode ser em qualquer momento, o importante é trabalhar com prazo, com tempo para cumprir. Neste tempo, se faz o planejamento.”
Planejar, aliás, é a palavra-chave para fazer com que as metas não fiquem só na imaginação. “Tão importante quanto definir as metas, é planejar como serão executadas. Essa é uma parte essencial no processo e que muita gente esquece”, comenta. Se a sua meta principal é fazer a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por exemplo, é fundamental planejar como conseguirá o dinheiro para pagar, ver onde pode economizar ou se é possível ter uma renda extra. Tudo isso, de olho no prazo em que quer realizar esse desejo.
A terapeuta ocupacional sugere que se comece por metas mais viáveis – ‘pé no chão’ – que são mais fáceis de serem realizadas. Assim, não se desanima de início, ao ver que algo não se concretizou. No entanto, Marina observa que cada pessoa é diferente e algumas precisam começar com algo mais desafiador.
O importante é diversificar as metas e não focar apenas no financeiro, por exemplo. Afinal, a vida é formada por diversas questões de relacionamentos, amizade, lazer, exercícios físicos… E tudo isso precisa de equilíbrio.
Coloque no papel
Escrever as metas ajuda a visualizá-las e torná-las mais concretas, o que é um incentivo a mais para planejar e tentar realizá-las. Vale escrever em uma folha de papel, no celular, na primeira página da agenda, em um mural e até mesmo pendurar na parede do quarto.
Listinha x listão
Na hora de fazer a lista de metas para o ano, tem quem defina muitos planos para o ano – uma folha de caderno às vezes é pouco! Outros são mais concisos e objetivos, e listam poucos sonhos. E não tem certo ou errado para isso. O importante é colocar no papel objetivos que sejam importantes para você e possíveis de serem cumpridos.
Não existe problema nenhum em definir metas audaciosas, o problema é definir metas que não sejam possíveis. Para quem faz um listão de metas, a terapeuta ocupacional Mariana Severo Jantsch sugere que defina objetivos de fácil, média e difícil complexidade. “No decorrer do ano ocorrem dificuldades e se a pessoa tem só metas muito complexas, tende a ficar com sentimento de improdutividade, motivação baixa, deixa de caminhar a favor delas e vai desanimando, cansando e muitas vezes acaba desistindo. Para que a gente esteja constantemente motivado, é importante se sentir constantemente em evolução, atingindo parcialmente algumas metas”, orienta.
Afinal, por que é tão difícil mudar um hábito?
Você pode até ter vários hábitos que quer mudar ou adotar em sua vida, mas a sugestão é que inicie as mudanças de forma gradativa. A terapeuta ocupacional Marina Severo Jantsch explica que, em média, o corpo leva 21 dias para se adaptar a algum novo hábito.
Como a gente tende a fazer as coisas iguais, automaticamente, quando se parte para um novo hábito, sempre é um desafio. “Quando adotamos um novo hábito, ele nos coloca contra o automático, temos que fugir da repetição, que é aquilo que o nosso corpo gosta e pede. Por isso, não é interessante mudar vários hábitos de uma vez, porque o corpo vai estranhar muito.”
É por conta dessa questão que, geralmente, as mudanças seguem ciclos. “Na primeira semana é fácil e empolgante, na segunda semana é desafiador e na terceira quase impossível, pois corpo está pedindo para voltar para o processo que ele já tem conhecimento”, esclarece a profissional.
“Naturalmente, fazemos as coisas sempre do mesmo jeito, sem perceber. Cozinhamos da mesma forma, sentamos do mesmo jeito, no mesmo lado da mesa, vamos para o trabalho pela mesma rota. O nosso corpo gosta de repetição. Quando adotamos um novo hábito, ele nos coloca contra o automático.”
Marina Severo Jantsch – Terapeuta ocupacional