Bem humorada e falante, dona Ederci da Silva, completou 60 anos no dia 5 de julho. Conta que se criou com seus nove irmãos no bairro Macedo, onde também residem a maioria dos seus parentes. Entre idas e vindas a Bom Retiro, Santa Cruz do Sul e Candelária, foi nas terras do bairro Macedo que dona Dê, como é conhecida, mora com os filhos Gerson Vanderlei da Silva, 42 anos, Cristiane da Silva, 37 anos, conhecida pelo apelido de Xuxa. A filha Fabiana Maria da Silva, 39 anos, reside em Candelária.
Casada com o falecido Bino, Servino da Silva, dona Dê faz questão de citar os nomes e em dizer que os familiares dela e do finado marido são do bairro. “Toda a parentaia é da Macedo. Aqui, em cada rua tem algum parente. Não dá pra falar de ninguém, todo mundo fica sabendo em cinco minutos, porque é tudo parentaia”, diz. Como tradição, os terrenos, com uma ou mais casas, vão ficando de herança para os filhos. Mesmo assim, alguns compram terrenos próximos dos pais para que fiquem morando em família, um perto do outro. Esta, segundo dona Dê é uma das características do bairro Macedo.
Ela conta que casou aos 17 anos, mudou-se para Santa Cruz do Sul, onde teve seus três filhos e há 37, retornou para Macedo. “O terreno era da minha sogra. Eles cuidavam das crianças e nós morávamos aqui e também moramos na casa da minha mãe”, diz dona Ederci, que na profissão atuou como safreira e costureira.
Hoje, os filhos moram com Dê, que é a avó de Jordan, Robson e Stefany, esta mora coladinha na casa da avó. “Estamos sempre juntas, a Stefany tem um tumor e está se tratando, mas está sempre aqui comigo e com a Xuxa”, diz a avó.
Recentemente, dona Ederci ficou hospitalizada, fez cirurgias e, em casa, passou a ser acompanhada pelo genro Adriano e pela filha Xuxa e filho Gerson. “Eu vivo em paz. Todo mundo conhece a Dê aqui no bairro e no centro. Pode botar, tenho muita conta ainda pra pagar, a verdade tem que ser dita, mas me dou bem com a Maristela com o Donário, com o Roberto e com o Leandro, com o Nilson, o Sid, o Mochila eu me dou bem com todo mundo. Eu jamais iria querer morar em outro bairro. Eu me dou bem com a vizinhança”, diz a moradora que gosta de ser conhecida e reconhecida por onde passa, acenando e cumprimentando a todos. “É dona Dê pra cá, dona Dê pra lá”, diz ela orgulhosa.
Dona Dê reconhece que é muito bem tratada no Posto de Saúde do bairro e que até a psicóloga foi visitá-la enquanto estava doente. Ela diz que o bairro é a vida dela, pois todos se conhecem, sabem das coisas e se sente segura em saber que os familiares estão por perto.