Em coração de ‘mãe’, sempre cabe mais um

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Por Carlos Dickow e Cassiane Rodrigues

Diferentes origens, o mesmo destino. Motivados pela esperança de uma nova realidade – seja em busca de qualidade de vida, melhor condição financeira ou, simplesmente, por segurança -, centenas de imigrantes e refugiados de vários países chegaram a Venâncio Aires, nos últimos anos. Desde 2006, o município acolhe estas pessoas, mas foi a partir de 2014 que a Capital Nacional do Chimarrão começou a se tornar uma referência para quem deseja deixar para trás o medo e as dificuldades de nações conflagradas por problemas políticos ou econômicos e ir à procura de novas oportunidades.

No dia 9 de janeiro do ano passado, foram recepcionados 60 venezuelanos, direcionados para Venâncio Aires por meio da Operação Acolhida, deflagrada pelo Exército, em parceria com o Governo Federal, e que tem por objetivo encaminhar a interiorização de venezuelanos a partir de Roraima, na divisa com o Brasil. Atualmente, são cerca de 400 estrangeiros acolhidos pelo município, conforme cadastro da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social. Além da Venezuela, vieram de El Salvador, Uruguai, Argentina, Haiti e Colômbia. “São seres humanos. Vamos fazer o que for possível para que tenham condições de recomeçar suas vidas”, diz a titular da pasta, Claidir Kerkhoff Trindade.

Com o aumento da demanda, a Prefeitura de Venâncio Aires tratou de estruturar melhor a rede de atendimento. Primeiro, criou o Setor de Acolhimento e Atendimento para Imigrantes, Apátridas e Refugiados e, depois, passou a informar, por meio de relatórios, o Ministério da Cidadania sobre o trabalho desenvolvido. Com isso, se habilitou a receber recursos federais para manter as políticas públicas voltadas aos estrangeiros. Em julho deste ano, por exemplo, a Capital do Chimarrão foi um dos 16 municípios brasileiros contemplados com valores para ações socioassistenciais. O repasse emergencial foi de R$ 648 mil, referente a seis meses de atendimento às famílias acolhidas.

Atualmente, o setor de acolhimento, que no começo contava apenas com a assistente social e coordenadora Sandra Andréia Mendonça Soares, já está reforçado com duas estagiárias: Bruna Mariel Markmann e Simone Rodrigues dos Santos Chaves. Mais do que somente esperar pelas pessoas, as três são responsáveis pela busca ativa dos imigrantes, para que tenham acesso aos serviços de saúde, educação, assistência social e encaminhamento de documentação. Depois, o caminho é o mesmo para todos: o mercado de trabalho. “Não são todas as pessoas que têm renda, mas muito nos orgulha poder dizer que em todas as casas há pelo menos uma pessoa com acesso à renda”, observa Sandra.

Bruna, que cumpre estágio curricular de Serviço Social e tinha como meta uma experiência na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva) – adiada por conta da pandemia de Covid-19 -, afirma que, hoje, não trocaria a rotina por nada. “É um trabalho difícil, especialmente no que se refere ao idioma, mas também muito gratificante. Certa vez, atendi um haitiano que falava francês e um pouco de inglês, mas eu não sabia nenhuma destas línguas. Abrimos o Google Tradutor e fomos nos entendendo. Demoramos mais de 40 minutos, mas conseguimos fazer o cadastro. No fim, ele perguntou porque eu não falava os idiomas e eu fiquei me questionando também. O episódio serviu para que me desse conta de que precisava buscar mais conhecimento e capacitação”, avalia.

Simone é estagiária pelo processo seletivo de Pedagogia e também se diz apaixonada por tudo o que vem aprendendo. “Além de encaminhar documentos, como cartão do SUS, CPF, carteira digital e registro das pessoas junto à Polícia Federal, o fato de ter a oportunidade de escutar as histórias dos processos migratórios é algo que me encanta. A partir do momento em que sabemos todas as dificuldades e dramas dos acolhidos, o acompanhamento fica mais fácil, pois também tomamos conhecimento das metas e sonhos deles”, relata, acrescentando que, em virtude das atividades desenvolvidas durante o estágio, tomou uma decisão: buscar também a graduação em Serviço Social.

Estabilidade como metalúrgico e sonho de ter uma barbearia

Assim como a maioria dos imigrantes e refugiados acolhidos em Venâncio Aires, Daniel Josue Centeno Milano, de 35 anos, é venezuelano. Natural de El Tigre, cidade localizada no estado de Anzoátegui, ele decidiu deixar o seu país e vir para o Brasil há cinco anos, quando notou que, só com o cultivo de milho, aipim e banana, além da criação de galinhas, a família não estava mais produzindo o suficiente para o consumo de sete integrantes. O pai, Amado Rafael Centeno, 55, e a mãe, America Milano, 53, se viravam em uma pequena chácara, mas o aumento dos custos de produção colocou a subsistência em xeque.

“Era hora de sair. Dois dos meus irmãos ficaram na propriedade, com meus pais, e outros dois foram para a Colômbia. O mais difícil lá era garantir alimentação. Com inflação descontrolada, tanto comprar quanto produzir era complicado”, recorda. Antes de chegar a Venâncio, onde está há um ano, ficou dois anos e meio em Roraima – trabalhando como barbeiro – e um ano e meio em São José, no litoral de Santa Catarina, onde conseguiu emprego em uma empresa de comunicação visual. “Em São José as coisas até melhoraram um pouco, mas a solidão estava me matando. Foi quando eu comecei a pesquisar cidades que tinham histórico de acolhimento de imigrantes e escolhi Venâncio Aires”, revela.

Logo que chegou à Capital Nacional do Chimarrão, buscou ajuda na Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social, principalmente para elaboração de currículos. Recorda que, em uma terça-feira, deixou um deles na Metalúrgica Venâncio – uma gigante do setor, que emprega mais de mil funcionários, muitos deles vindos de outros países – e, no dia seguinte, foi chamado para testes. “Na quinta-feira já estava trabalhando como auxiliar de moldagem. Hoje, já sou moldador”, orgulha-se. Há alguns meses, alugou uma casa perto do local de trabalho e, há duas semanas, ganhou mais um motivo para sorrir: chegou à cidade Rosalina Arsolai, 25, a namorada que ele conheceu pela internet.

Os dois ainda têm a companhia de Kenny Tobar, 25, sobrinho de Daniel e que já estava em Venâncio há quatro meses. Assim como o tio, está empregado na Metalúrgica Venâncio. “A minha vida só melhorou depois que cheguei aqui. Hoje, estou bem instalado, trabalhando com carteira assinada e ainda consigo mandar dinheiro para os meus familiares, em especial para a minha filha, Melani Isabela, que tem 5 anos, é fruto de outro relacionamento e está com a mãe dela, em Maturín, na Venezuela”, contextualiza o moldador.

Namorada Rosalina, sobrinho Kenny e ‘mãe’ Bernadete acompanham o corte de Daniel no cabelo do ‘pai’ João (Foto: Carlos Dickow)

PLANOS E SONHOS

Embora satisfeito com a vida que leva atualmente, Daniel mantém vivo o seu grande sonho: ter a barbearia própria e bem estruturada. Enquanto isso não é possível, ele aproveita os fins de semana para manter as habilidades em dia e, também, garantir uma renda extra. “Eu sei que um dia vou chegar lá. Agora, de início, vamos buscar uma oportunidade em outra área para a minha namorada, mas no futuro queremos ter o nosso negócio. Eu sou barbeiro e ela é uma ótima manicure, além de fazer sobrancelhas, maquiagem e trabalhar com pigmentação. É o nosso projeto de vida”, diz.

Um dos clientes do venezuelano é João Valmor Santos, 50. Pai de um colega de Daniel, ele e a esposa, Bernadete Davis, 50, ‘adotaram’ o imigrante. “Nos conhecemos, fizemos amizade e, agora, nos vemos com frequência”, afirma Santos, que trabalha no setor da construção civil. “Não é só ele de filho adotado. Temos outros colegas do nosso filho que também visitamos e nos damos muito bem”, completa a dona de casa Bernadete. “Lembra daquela solidão que eu disse que me matava quando estava em Santa Catarina? Hoje não existe mais. Tenho pai, mãe e irmão do coração, além do meu sobrinho e da minha namorada. Estamos bem e a tendência é só melhorar”, conclui o imigrante.

 

“Só tenho a agradecer pelo carinho do povo de Venâncio Aires. Estou aqui há pouco tempo, mas já me sinto em casa, pois as pessoas são acolhedoras e demonstram preocupação com os imigrantes. Isso é muito importante para quem precisa sair da cidade natal de maneira forçada e chega a um lugar que não faz ideia de como é. Só conheci gente boa.”

DANIEL JOSUE CENTENO MILANO

Metalúrgico venezuelano de 35 anos

Longe dos cassinos, Ernesto celebra a tranquilidade

O colombiano Ernesto Sanchez Aponte, de 49 anos, não deixou Bogotá, sua cidade natal, por problemas financeiros ou políticos. Engenheiro civil de formação, ele decidiu sair de casa para escapar de um vício: os jogos de azar nos cassinos. “Eu ganhava, no dinheiro daqui, uns R$ 7,5 mil por mês. Tinha emprego, casa e carro, mas não conseguia largar o jogo. Cheguei a ter uma pizzaria, que vendi por R$ 60 mil. Em dois dias, perdi R$ 58 mil no cassino. Chegou uma hora que não deu mais”, lamenta.

O destino, inicialmente, foi Guadalajara, no México. No entanto, lá também não resistiu à tentação e recaiu, pois havia cassinos. Logo depois, rumou para Guayaquil, no Equador, onde ficou por três anos. Além da engenharia, desenvolveu habilidades para a prática do artesanato, mais especificamente o trabalho relacionado a imagens religiosas de resina. A rotina seguia numa boa, os cassinos tinham ficado no passado, mas Aponte queria ter mais qualidade de vida para ele, a esposa Sandra Milena Ospina e o filho Jean Paul Andrei Sanchez Ospina, hoje com 29 e 11 anos, respectivamente.

Ernesto e Jean Paul (esquerda) com os amigos que partipam dos jogos no sábado, no society (Foto: Carlos Dickow)

Foi quando, em pesquisa na internet, descobriu Venâncio Aires. “Lembro de ficar maravilhado com a igreja, um templo imponente e muito lindo. Nós, colombianos, temos o costume de ir à missa todos os domingos”, ressalta. Não demorou muito para a família se mudar para a Capital do Chimarrão, onde os três se instalaram há sete anos. O casal, agora, já tem um filho venâncio-airense: há quatro anos, nasceu Vagner Jerônimo Sanchez Ospina. E, além disso, já veio para Venâncio, e depois seguiu para o município vizinho de Lajeado, Geison Andrez Sanchez Patinho, 23, filho de Aponte, fruto de outro relacionamento.

O colombiano está feliz. Não conseguiu trabalhar na sua área, no entanto as temporadas como safrista, em empresas tabacaleiras, e os ‘bicos’ como pintor têm garantido uma boa condição à família. Sem contar a comercialização de peças de artesanato e o trabalho como ecônomo em uma quadra de futebol society. “Pra falar a verdade, tive que tirar a formação em Engenharia Civil do currículo para ser chamado para a primeira oportunidade de emprego aqui no município. Acho que o pessoal pensava que eu ia querer ganhar um salário muito alto, porque tenho especialização em Geologia”, argumenta.

Agora bem ambientado, tem sua turma de futebol, já atuou como árbitro em competições de futsal e aprecia a tranquilidade que Venâncio Aires oferece. “Dependendo do lugar, dá pra deixar os vidros do carro aberto que ninguém mexe. Além disso, é uma cidade com oportunidades de trabalho, e isso faz toda a diferença para quem vem de fora. Eu tenho casa na Colômbia, aí alugo lá e pago a locação de um apartamento aqui, mas a família precisa de mais para seguir a vida com qualidade”, declara. Ele até tem intenção de, um dia, voltar à cidade natal, “mas isso não depende mais apenas de mim, pois primeiro vou deixar os meus filhos se adaptarem e estarem encaminhados na vida”.

Na quadra esportiva, todos os sábados ele orienta o filho e outros meninos que têm o sonho de jogar futebol. Jean Paul já fez testes no Guarani, time da cidade, no Lajeadense, equipe do município vizinho, e até no Grêmio, em Porto Alegre. “Ele leva jeito. Também já passou pelos clubes de Santa Cruz do Sul. Tem só 11 anos, mas vou sempre apoiar. É muito focado”, afirma o pai.

“Notei no povo de Venâncio Aires uma característica semelhante aos meus conterrâneos de Bogotá. Lá, quando a gente recebe visita, dá a nossa cama para os hóspedes e dorme até no chão, se for o caso. Tem muita gente bacana aqui, e isso faz a gente se sentir muito bem.”

ERNESTO SANCHEZ APONTE

Engenheiro civil, safrista, pintor, artesão e ecônomo colombiano de 49 anos

De Opico para Venâncio, em busca de segurança

Na terça-feira, 28, Gabriela Madalena, de 26 anos, o filho Cristian Ariel, 8, e o esposo José Angel, 54, completaram dois anos residindo em Venâncio. Naturais de Opico, município do Departamento de La Libertad, em El Salvador, deixaram a terra natal, distante cerca de 200 quilômetros da capital, San Salvador, em busca de mais segurança. Para deixarem o país, contaram com o auxílio do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) – agência que atua para assegurar e proteger os direitos das pessoas em situação de refúgio em todo o mundo – e vieram direto para a Capital do Chimarrão.

Tímida, há alguns meses conseguiu um trabalho como cuidadora de criança. O marido também está empregado: é funcionário da Fundição Venâncio Aires (Faires) e, com a renda acumulada, a família conseguiu alugar e mobiliar um apartamento. O filho, no turno inverso da escola, frequenta a ONG Parceiros da Esperança (Paresp), que atende meninos e meninas em situação de vulnerabilidade e oferece atendimentos de saúde e psicológico. “Quando chegamos aqui, confirmamos o que diziam: o povo de Venâncio Aires é muito receptivo. Não passamos por episódios constrangedores ou de discriminação, como aconteceu com muitas pessoas que conhecemos, em municípios de outros países”, garante a salvadorenha.

Gabriela e o filho, Cristian (Foto: Cassiane Rodrigues)

Gabriela já está inserida no Grupo de Mulheres Imigrantes, criado pela coordenadora do Setor de Acolhimento e Atendimento para Imigrantes, Apátridas e Refugiados, Sandra Andréia Mendonça Soares. Desde setembro do ano passado, as participantes se reúnem uma vez por mês para relatar as suas histórias e oportunizam o acompanhamento das profissionais de Serviço Social e Psicologia. “Além dos encontros com outras mulheres imigrantes, também gosto muito das visitas que recebo, em casa, das moças do setor. A gente consegue melhorar o Português, ouve relatos emocionados e ganha força para seguir adiante, pois ficamos sabendo que não somos os únicos que enfrentaram dificuldades”, argumenta.

A salvadorenha tem esperança de voltar a estudar. Fez três semestres de Administração e acredita que, com um curso superior completo, terá novas oportunidades de emprego e possibilidade de ser ainda mais independente. “Tudo a seu tempo. Por enquanto, as coisas estão voltando aos trilhos. Estamos conseguindo nos manter, nosso filho está se adaptando bem e até já conseguimos comer churrasco, que por sinal é maravilhoso. Ainda temos que provar a galinhada. Ficamos sabendo que é o prato típico de Venâncio”, comenta.

“Lá na nossa cidade, a questão da segurança era bem difícil. Aqui é muito diferente. Já fizemos muitas amizades, especialmente com os vizinhos. Estamos muito felizes com esta oportunidade de refazer a vida da nossa família.”

GABRIELA MADALENA

Cuidadora de criança salvadorenha de 26 anos

Pastoral dos Migrantes

• No dia 18 de setembro, a Paróquia São Sebastião Mártir deu início aos trabalhos da Pastoral dos Migrantes. O padre Rodrigo Hillesheim destaca que a intenção é contribuir com o acompanhamento das pessoas de outros países que estão radicadas em Venâncio Aires. Também participam do grupo cidadãos que fazem parte da rede de acolhimento e auxílio aos estrangeiros.

• A coordenadora da pastoral é a professora Aline Silva, que já tem contato com este público e com os profissionais da rede de apoio no município. Zunilda Chamoo, de 63 anos, participou da primeira reunião e, embora esteja frequentando atualmente uma igreja evangélica, pretende retomar as atividades da igreja católica com a ajuda da pastoral.

• A venezuelana destaca que recebe muita ajuda da rede de apoio que o município oferece e fica feliz em contar com mais esta oportunidade. No país de origem, Zunilda era professora de Literatura e, em dezembro, completará quatro anos no Brasil.

“Queremos fazer uma acolhida e conhecer estas realidades e pessoas. A ideia é auxiliar no âmbito humanitário e também na questão espiritual e de fé. A paróquia quer trabalhar junto nesta rede de apoio que existe no município.”

RODRIGO HILLESHEIM

Padre

GRUPO TÉCNICO

1 No dia 15, aconteceu a primeira reunião do Grupo Técnico (GT) que avalia a efetivação da Lei número 6.796, de 8 de junho de 2021, que institui a Política Municipal de Acolhimento e Atendimento para Imigrantes, Apátridas e Refugiados e outras providências. O GT tem representação de pessoas da área da educação, saúde e assistência social.

2 No encontro, foi apresentado o histórico e os objetivos do Setor de Acolhimento e Atendimento para Imigrantes, Apátridas e Refugiados, as atividades desenvolvidas e o planejamento de como será utilizado o recurso federal de R$ 648 mil recebido para o acolhimento em Venâncio Aires. O GT ainda fará um avaliação dos serviços aos imigrantes.

A REALIDADE DE PACARAIMA

1 A destacada atuação de Venâncio Aires rendeu um convite do Ministério da Cidadania à coordenadora do Setor de Acolhimento e Atendimento para Imigrantes, Apátridas e Refugiados, Sandra Andréia Mendonça Soares.

2 Ela passou 10 dias em Pacaraima, onde trabalhou no acolhimento e se impressionou com a realidade do município. “A população, que era de três mil habitantes, pulou do nada para 17 mil. Muitos venezuelanos acabam ficando um bom tempo por lá, porque a liberação da documentação demora”, esclarece.

3 Segundo ela, famílias inteiras superlotam alojamento e, muitos imigrantes, sequer têm um teto como abrigo durante a transição. “Lá eu tive ainda mais certeza de que precisamos estar de braços abertos para estas pessoas. Não sabemos o dia de amanhã, não sabemos se um dia precisaremos pedir socorro a outros países. Devemos lembrar que há não muito tempo, vivemos uma ditadura de 15 anos e muitos brasileiros vivem com sequelas e traumas daquele período”, defende.

    

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