
Ao longo da manhã da sexta-feira, 26, Venâncio Aires foi o ponto de encontro do debate sobre inovação na região dos Vales do Rio Pardo e Taquari. Realizado no campus da Capital do Chimarrão da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o Rotas da Inovação, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Sict) reuniu representantes de diferentes setores da comunidade para pautar a temática, com o foco regional.
“Nós acreditamos muito nessa dinâmica de estar nas regiões, entendendo a realidade de cada município e, a partir disso, discutir desafios e oportunidades. Porque a gente tem a construção das políticas de uma forma macro, com esse olhar para todo o estado do Rio Grande do Sul, como precisa ser, mas nós precisamos conhecer in loco em cada uma das regiões”, destacou a titular da pasta, Simone Stülp.
A secretaria também apontou que um dos objetivos do evento, que percorre cada um dos oito ecossistemas de inovação do estado, é proporcionar uma troca, quando são apresentados os planos e ações do Executivo estadual e discutido o que pode ser melhorado.
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Venâncio Aires, Marcos Hüttmann, que foi um dos painelistas sob o tema ‘O protagonismo na inovação: estímulos ao empreendedorismo na região dos Vales’, pontuou a importância do encontro ocorrer em Venâncio Aires – geograficamente uma ‘ponte’ entre os Vales. “Não existe uma cidade que se desenvolve sozinha economicamente, no turismo, nos sistema de inovação. Nós acreditamos em Venâncio como esse indutor do crescimento econômico e social da nossa região. E trazer um evento desse porte, com a secretária Simone aqui, mostra realmente que nós estamos no caminho certo”, avaliou.
‘Quádrupla hélice’ do Rotas da Inovação
O Rotas da Inovação trabalha com a ideia de ‘quádrupla hélice’, que representa os diferentes setores da comunidade: governo, academia, iniciativa privada e sociedade civil. Para o reitor da Unisc, Rafael Henn, o papel da universidade, neste contexto, é fundamental: “Não existe a possibilidade de fazer inovação sem ter a ciência por trás. E o Rio Grande do Sul tem sido um dos estados que mais faz pesquisa. O grande desafio que existe no momento é fazer com que essas pesquisas se transformem em questões práticas para a sociedade e programas como o Rotas da Inovação têm esse objetivo também.”
Pelo ponto de vista do poder público, Hüttmann ponderou que a responsabilidade do Município é trabalhar com a otimização de processos e redução de burocracias para novas iniciativas. “A gente já vem fazendo nos últimos anos, mas é um objetivo organizar muito mais o ecossistema dos Vales, porque temos um potencial gigantesco em várias áreas e vamos, agora, unificar essas ações junto dos outros municípios”, projetou.
Rotas da Inovação Kids com quase 300 alunos
Outra atração durante toda a manhã foi o Rotas da Inovação Kids – uma série de oficinas proporcionadas por parceiros do evento para cerca de 290 estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas de Venâncio e da região. Foram, ao todo, sete opções ofertadas, que abordaram fotografia integrada com drone, computação, montagem de ecobags, programação, redes sociais e educação financeira.
Uma das aguardadas, ‘Uso consciente de recursos: confecção de ecobags’ foi ministrada pelas professoras Vônia Engel e Daniela Bes e se viabilizou a partir de uma aproximação com a empresa Pitt Jeans, de Santa Cruz do Sul, que doou restos de tecido para a ação.
A iniciativa foi aprovada por Guilherme Bittencourt, 11 anos, aluno da 6ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Duarte de Macedo, de Venâncio Aires. “Eu achei muito legal. Gostei que essa reutilização de materiais, que iam para o lixo, podem ser aproveitados e ainda ajudam o meio ambiente”, contou. O menino ainda adicionou que nunca tinha manuseado uma ecobag e que essa foi uma experiência muito interessante.

Em outra sala, estudantes da 4ª e 5ª série do Fundamental, também da Escola Macedo, conheciam mais sobre o universo da programação com a oficina ‘Por que programar é tão importante?’, organizada pela universidade.
Valéria Carrion, 10 anos, e Evelyn Pacheco, 11, ouviam atentas as explicações dos oficineiros Artur Henn e Caio Eichenber. “Eu estou gostando muito. Nunca tinha mexido com programação e nem com computadores tão grandes, só com os pequenos da escola”, afirmou Evelyn. Valéria, por sua vez, disse gostar de tecnologia e que ficou interessada em conhecer mais desta área.

Resiliência climática
- Foram realizados cinco painéis totais. Durante a discussão, foram convidados a participar diferentes agentes do poder público, da sociedade civil, do empreendedorismo e da comunidade científica. Ao longo das quase duas horas de evento, empresas e organizações da região tiveram a oportunidade de compartilhar experiências de sucesso e os desafios do setor no contexto atual.
- No entanto, outro tema que teve espaço no Rotas da Inovação foi a resiliência climática, após os eventos extremos dos últimos anos. O painel ministrado pela assessora técnica do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Governo do Estado Alexandra Cruz Passuelo foi quem traçou o panorama da região, com dados, imagens e ilustrações.
- “Este tema precisa estar com cada um de nós que vivemos no estado do Rio Grande do Sul para que a gente possa estar preparado, compreendendo melhor essa dinâmica, e mais seguro para novos momentos de crise como este”, argumentou a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp.
Premiações
Em toda edição do Rotas da Inovação, a equipe organizadora premia pessoas e iniciativas com ações destacadas na área. Desta vez, o título de Profissional Destaque foi para a analista de Projetos de Inovação do Sebrae Cláudia Regina de Souza Kuhn, enquanto o de Ecossistema Destaque ficou com o Converge Santa Cruz.