Neste período do ano percebemos que são muitas as opções de frutas para saborear. Ao andarmos pelos bairros da cidade, nos surpreendemos com a quantidade de frutas que estão ‘no ponto’ para a colheita. Muitas são de fácil alcance de todos que passam, seja nas calçadas e também nos pátios das casas. Mangas, goiabas, peras e caquis são exemplos de árvores frutíferas que estão carregadas e fazendo a alegria das vizinhanças.
A aposentada Venilda Ruschel, 80 anos, e o filho Luiz Carlos Ruschel, 58 anos, são moradores da Travessa São Sebastião Mártir, no centro de Venâncio Aires, e este ano estão surpresos com os frutos da mangueira que fica na rua onde moram, e também da goiabeira que cultivam nos fundos de casa. O pé de manga fica no pátio de uma vizinha próxima, mas a enorme árvore tem livre acesso pela calçada. “Alguns vizinhos e pessoas que passam por aqui levam as mangas que estão maduras para comer”, conta Luiz. A árvore que chega a estar curva de tantos frutos que carrega, já estava plantada quando Luiz e Venilda chegaram para fazer parte da vizinhança – há um ano e meio –, e destacam que a vizinha tem muito cuidado com a árvore.
Além de mangas, a mãe e filho também colhem os frutos da goiabeira que fica nos fundos de casa. “Colhemos, em média, oitenta goiabas a cada cinco dias aqui em casa”, conta Ruschel. Quando chegaram na casa, a goiabeira já estava lá e agora a família mantém os cuidados com o pé, que esse ano surpreendeu com a quantidade de frutos.
As goiabas são distribuídas para a família toda e também para os vizinhos da rua. “Valorizamos demais as frutas e verduras aqui em casa, e compartilhamos com quem aceita”, explica Ruschel. Ele conta que além da goiabeira, também cultivam feijão de vagem e temperos na horta de casa.
Ano favorável
O chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar e engenheiro agrônomo, Vicente Fin, explica que o clima propício está fortemente relacionado com a formação das frutas e neste ano foi perfeito, principalmente na cidade. Fin esclarece que para o bom desenvolvimento da manga, a estação da primavera não deve ter umidade excessiva e no momento do florescimento, o baixo volume de chuva evita doenças nos frutos. “É comum vermos pés de manga com uma flor preta, isso é um fungo que não deixa o fruto se desenvolver e aborta toda a produção da árvore”, justifica Fin. Os anos que os frutos não dão em grande quantidade, são geralmente muito chuvosos e com temperaturas baixas e amenas.
Um fator que beneficia a formação de frutas na zona urbana e não na rural, são as poucas alterações de clima. “O microclima da cidade é favorável pelo calor que as casas retêm. A zona urbana aquece muito mais que a rural. Enquanto no interior muitas frutas ficam comprometidas, na cidade elas produzem bastante”, explica o chefe local da Emater.
Goiaba
Fin revela que o fruto da goiabeira tem alternâncias de produção, ou seja, se neste ano as goiabas dão em montes, provavelmente no próximo será justamente o contrário. A primavera com poucas chuvas favorece o desenvolvimento da goiaba com menos doenças, as chamadas ‘goiabas bichadas’ e garante uma produção maior.
Dica para evitar goiabas bichadas
- O chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar e engenheiro agrônomo, Vicente Fin, orienta que existe um método muito eficaz para a goiaba não ser alvo de ataque de moscas da fruta, que depositam um ovo e é gerada a larva, que ‘bicha’ a goiaba.
- A recomendação é que seja feito um suco da própria fruta ou uma mistura de melado com água. Esse líquido deve ser posto em um pote ou garrafa transparente, que deve ter quatro furos superiores, do tamanho da circunferência de um lápis, aproximadamente.
- Para cada pé de goiaba devem ser feitas de duas a três armadilhas. Elas precisam ficar penduradas na árvore, em um ângulo que pegue sol na maior parte do tempo.
- A isca para atrair as moscas deve ser feita quando os primeiros frutos dão sinal de inchamento. O líquido deve ser trocado semanalmente ou no máximo a cada 15 dias. Esse método reduz o número de moscas e frutos bichados.
LEIA MAIS:00