Faleceu no sábado, 14, aos 107 anos, o escritor Francisco Pereira Rodrigues, natural de Santo Amaro do Sul e autor de aproximadamente 50 livros, como Cincerros de Sol, Quintilhas do meu Tear, Governicho e a Revolução Federalista e Um Pedaço do Rio Grande.
Conforme o escritor e pesquisador Josinei Ricardo de Azeredo, amigo e admirador de Francisco Rodrigues, foram mais de 70 anos escrevendo, sendo que sua última obra foi Santo Amaro na Poesia e no Coração.
Francisco Pereira Rodrigues é idealizador de três escolas estaduais em Vale Verde: o Grupo Escolar de Melos (Curupaiti), a Escola Amapá (Monte Alegre – desativada) e o Angelina Marques da Rocha (desativada). Também instituiu o concurso para professor municipal, entre outras ações.
Durante sua longa jornada de vida profissional, foi colaborador do Correio do Povo, em 1938, escrevendo na seção do interior e também artigos na quarta página. Em 1939, fez concurso e foi aprovado para conferente do Porto de Rio Grande. Em fins de 1939, foi removido no mesmo cargo, para Porto Alegre. A seguir foi promovido a fiel de armazém do Porto de Porto Alegre.
Em 1940, por concurso, foi nomeado escrivão da Exatoria de Santa Maria. Um ano depois, foi nomeado fiscal do Imposto de Circulação de Mercadorias (na época, se chamava fiscal do Imposto sobre Vendas e Consignações, hoje Fiscal de tributos).
Pereira Rodrigues ainda atuou em vários municípios e em diversos cargos como em Santa Maria, Encruzilhada do Sul, Santo Antônio da Patrulha, Vacaria, Lagoa Vermelha e Jaguari, entre outros. Em Itaqui, como vereador, idealizou e realizou o 1º Congresso de Vereadores do Brasil, em 1948, de grande repercussão, no qual os parlamentares da sua região, fronteira oeste, compareceram em massa.
Foi autor do 1º plano de Reforma Agrária idealizado no Rio Grande do Sul, para ser adotado pela prefeitura de Itaqui. Foi autor da lei que reincorporou à Taquari grande área entre Taquari e Estrela (junto a Bom Retiro). De Taquari foi para Farroupilha, no final de 1951, e de novo concorreu à vereança, sendo eleito o mais votado. Por doença de uma filha, regressou a Porto Alegre após o mandato.
Na capital gaúcha, recebeu uma comissão do PTB de General Câmara, para concorrer à prefeitura. Na época, Leonel Brizola era o governador, amigo de Chico desde os tempos em que se conheceram como estudantes no curso de técnico Rural. A eleição foi difícil. Chico ganhou por 29 votos e governou de 1960/1964.