Fortalecimento das políticas públicas pauta bate-papo sobre a mulher negra

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Na noite de terça-feira da semana passada, 26 de julho, a ONG Alphorria promoveu a live ‘Mulher Negra: políticas públicas, saúde e bem-estar’. O evento virtual, transmitido pelo YouTube, marcou a passagem do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25. Com mediação da professora e ativista da ONG, Viviane Weschenfelder, três profissionais da área da saúde abordaram a importância das políticas públicas para a promoção da saúde física e mental da população negra, sobretudo, para as mulheres negras.

A assistente social Adriani Faria, de Novo Hamburgo, ressaltou o papel fundamental da assistência social, que é porta de entrada para o acesso a serviços diversos. Segundo ela, a política de saúde da população negra é um eixo estratégico para a promoção da igualdade racial. “Temos que ser pessoas ativas, para lutar e cobrar de forma mais eficaz os nossos governantes”, disse Adriani.

A médica da Família da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro Coronel Brito, Ana Amélia Maciel, falou da importância de disseminar informação com o intuito de orientar a população sobre os seus direitos. Também defendeu o atendimento humanizado nas unidades de saúde para garantir a escuta sensível e o acolhimento dos pacientes.

Ela mencionou as doenças mais prevalentes na população negra, entre elas, diabetes e hipertensão. A médica frisou a importância do tratamento destas que são consideradas doenças silenciosas e que, sem o devido cuidado, podem evoluir para um quadro grave.

A médica também falou sobre as políticas de segurança no período de gestação e defendeu um acompanhamento completo do pré-natal. Para além da questão física, observou que a promoção da saúde também envolve fatores sociais e psicológicos, o que inclui condições dignas de moradia, trabalho e acesso à alimentação.

Três décadas

A psicóloga e professora universitária Flávia Regina Martins, do Piauí, lembrou que o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha completou 30 anos neste ano. Ao relembrar a trajetória de lutas de mulheres negras, citou Teresa de Benguela, que foi uma líder quilombola. “Cada luta tem seu tempo e seus sentidos”, disse a professora ao referir que se antes a luta era por liberdade, “hoje é pela resistência e pelas políticas públicas.”

Conforme a psicóloga, um processo fundamental para promoção da saúde mental “é reconhecer e saber da nossa história.” Também destacou a importância do autocuidado e de relações afetivas saudáveis para o enfrentamento das desigualdades. Citou ainda o trabalho social dos coletivos e ONGs no processo de autorreconhecimento da população negra e no combate ao racismo.

A historiadora Viviane, que mediou o bate-papo, frisou a importância de levar para diversos ambientes da sociedade, especialmente escolas e universidades, debates e reflexões sobre a igualdade racial. Também convidou a população interessada em participar do grupo de estudos da ONG Alphorria, que realiza encontros mensais, nos sábados pela manhã. Os interessados podem fazer contato pelo telefone 99723-0311 ou 99663-8079.

Troféu

Segundo a coordenadora da ONG Alphorria, Ana Lúcia Landim, a entrega do troféu Mulher Ativista Destaque vai ser realizada no mês de setembro, durante a programação da Feira do Livro de Venâncio Aires.



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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