Fumageiras descumprem Lei de Integração e reuniões encerram sem acordo

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Em 2016, com a aprovação do regimento do Fórum Nacional de Integração do Tabaco (Foniagro), aprovado de acordo com a Lei 13.288/2016 (Lei da Integração), ficou definido que o preço do tabaco para as safras deve ser sempre realizado durante o mês de dezembro. Novamente, para a safra 2019/20, esta regra está sendo descumprida.

Para a frustração da Comissão de Representação dos Produtores de Tabaco, as reuniões ocorridas na terça-feira, 10, na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em Santa Cruz do Sul, para determinar o preço do produto para a safra 2019/20, terminaram sem acordo.

Das sete empresas fumageiras recebidas, apenas cinco apresentaram o seu custo de produção e três apresentaram proposta de reajuste. Entretanto, com exceção de uma empresa, os custos de produção apresentados não chegaram ao índice apurado pelas entidades, individualmente para cada empresa fumageira. Quanto às propostas de reajuste de preço, nenhuma chegou a atingir a média do custo de produção apurado.

As empresas que não apresentaram seu custo de produção argumentaram de que não teriam ainda um percentual significativo de colheita para esta definição. A proposta das entidades é de realizar o custo de produção em conjunto com as empresas para dar prosseguimento à negociação do preço. Esta apuração do custo de produção bem como as negociações devem retornar apenas em janeiro, após as férias coletivas das empresas.

“Infelizmente, novamente, iremos terminar o ano sem uma definição de preço, sem podermos anunciar ao fumicultor que o produto dele será valorizado de maneira justa. Os fumicultores precisam voltar a ter uma remuneração adequada”, destaca a comissão, ao lembrar que, quando é para defender o setor, os fumicultores estão sempre presentes.

FEDERAÇÃO

Em sua maioria, as empresas trouxeram o mesmo argumento, de que a safra ainda não está concluída e não têm o valor do custo de produção finalizado. Neste sentido, as entidades propuseram a todas empresas a disponibilidade de representantes para ir a campo e construir o custo de produção em conjunto, verificando a realidade vivenciada, para que este não seja um argumento contra o produtor no momento da negociação.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) Carlos Joel da Silva, em nome da Comissão Estadual do Fumo da Fetag, afirma que a cada ano os produtores de tabaco ficam mais a mercê do jogo de mercado. “É inadmissível uma empresa chegar para negociação sem apresentar o custo de produção e as que apresentaram, usaram artimanhas para reduzir os percentuais, em específico, no valor da mão de obra do produtor”, salienta. Silva acrescenta que a Fetag cobrará em conjunto com as demais entidades a necessidade de construir em conjunto o custo de produção das entidades e empresas.


“Estamos cansados deste processo.”

CARLOS JOEL DA SILVA – Presidente da Fetag


SAIBA MAIS

  • A Comissão de Representação dos Produtores de Tabaco é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federações dos Sindicatos Rurais (Farsul, Faesc e Faep) e Federações dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep). Os encontros iniciaram às 8h e se estenderam até o fim da tarde da terça-feira, na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul/RS.
  • Foram recebidas as empresas Souza Cruz, JTI, Philip Morris, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil e CTA.
  • As tabacaleiras informaram que o início da compra será a partir do dia 13 de janeiro de 2020.
    

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