Durante os últimos 49 anos, a Folha do Mate esteve presente em fatos que marcaram a história da comunidade venâncio-airense. Além de assumir o compromisso de noticiar fatos, também mobilizou a sociedade na busca por melhorias, como a construção da sede do Corpo de Bombeiros, na Capital Nacional do Chimarrão.
Até a década de 80, as ocorrências eram atendidas pela corporação de Santa Cruz do Sul. Diante destas necessidades, o Rotary Club Venâncio Aires formou uma comissão, com pessoas de diversos segmentos da sociedade, para se mobilizar pela causa. No grupo, representando a imprensa, estava Wilson José Weschenfelder, 73 anos, que foi editor da Folha do Mate e radialista da Rádio Venâncio Aires.
“Além da divulgação no jornal, fazíamos programas de entrevistas, com convidados, durante a manhã, para discutir a necessidade da construção da sede dos bombeiros em Venâncio Aires”, lembra. Segundo ele, o trabalho era árduo e mobilizou o comércio, a indústria e até o motoclube, entre outros segmentos. “Naquela época, mais de 60 pessoas fizeram um mutirão para arrecadar recursos para a nova sede”, recorda.
Ele acrescenta que várias promoções e eventos foram criados para este fim, sendo considerada uma das maiores campanhas comunitárias do município, ficando atrás somente das ações da igreja e Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). “Não tínhamos recursos municipal, estadual e federal. Tudo era exclusivamente da comunidade”, menciona Weschenfelder.
Conquistas
Com apoio da comissão e de toda a comunidade, foi desenvolvido o projeto da sede do Corpo de Bombeiros pela Prefeitura de Venâncio Aires e encaminhado para aprovação da Brigada Militar do Estado. A área para a construção do prédio, na rua Jacob Becker, 1723, onde até hoje está instalada a corporação, foi cedida pela Prefeitura.
Weschenfelder recorda que foi um processo longo até a aprovação do projeto. “Durante este período, houve muitas mudanças. Os processos foram trancados porque havia poucos recursos e mão de obra para que a construção da sede fosse aprovada”, relembra.
As promoções se estenderam até fevereiro de 1984, data em que foi lavrada a escritura pública de doação da área ao estado, que autorizava a construção da sede, no terreno cedido pela Prefeitura.
A concretização da sede em Venâncio
Por diversas vezes, o então editor da Folha do Mate, Wilson Weschenfelder, e demais integrantes da comissão foram até Porto Alegre para solicitar mão de obra da Brigada Militar, para a construção do prédio. Foram cedidos quatro soldados e um sargento por parte do Estado, sendo que o Município ficou encarregado de pagar dois serventes de Venâncio Aires. “Tínhamos o prazo de dois anos para concluir a sede e a obra não podia parar. Corríamos atrás do tempo em busca de materiais de construção. Foi um grande desafio”, recorda ele, que acompanhava diariamente a construção e foi presidente da comissão.
A obra teve início em setembro de 1985 e foi inaugurada em 30 de dezembro de 1987. A sede do Corpo de Bombeiros de Venâncio Aires possuía 379,2 metros quadrados e mais uma torre, seis pavimentos de 96 metros quadrados e a casa do comandante, com 110 metros quadrados. Weschenfelder recorda que o prédio foi mobiliado com móveis doados pela Prefeitura e demais instituições e empresas. Após a inauguração, 15 soldados foram lotados em Venâncio Aires para atuar no 40° Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul.
Wilson Weschenfelder recebeu o título de Cidadão Emérito de Venâncio Aires, pela Câmara de Vereadores do município, em homenagem ao trabalho como representante da imprensa. “Me sinto muito orgulhoso em concretizar este sonho de toda a comunidade de Venâncio Aires. Agradeço a compreensão de toda a imprensa que me deu a liberdade de continuar frente à campanha”, afirma.
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