Dizem que sorte nunca é demais. Mas também dizem que não basta ter apenas sorte. É preciso buscar, trabalhar, não desistir e, claro, sonhar. Larissa Almeida Maciel sabe de tudo isso e sempre foi assim na vida: batalhar pelos próprios sonhos, mas, se puder contar com uma ajudinha do que nem é palpável, por que não?
Assim, acreditando que o universo também conspira a favor, ela foi tranquila para a passarela do Poliesportivo, no último fim de semana, onde estavam em disputa os títulos de rainha e princesas da 17ª Festa Nacional do Chimarrão. Lara, como é chamada pela família e amigos, acabou eleita uma das princesas da Fenachim. “Não acredito! Não acredito!”, ela repetia para si mesma, enquanto percorria novamente a passarela, agora já eleita, e buscava com os olhos, em meia à torcida, ‘as cabecinhas brancas dos pais’, Luiz Fernando e Nadir. Essa não tinha sido a primeira vez no concurso. Em 2018, Lara também participou e o resultado não veio. Para 2023, a nova tentativa aconteceu com ela, nas próprias palavras, mais madura (tem 27 anos), mais focada, mais confiante e ainda mais “pés no chão”.
Sobre o motivo de querer ser soberana da Fenachim, Larissa diz que é um sonho que sempre esteve com ela. “Tenho muitas lembranças da festa, como do parque de diversões e dos shows. Mas desde pequena, eram as soberanas que me encantavam e, conforme fui crescendo, entendi o real papel delas, que é a representatividade. É uma grande responsabilidade.” Nascida em Soledade e moradora de Barros Cassal até os 4 anos, a princesa diz que Venâncio Aires é sua cidade de coração. Aqui cresceu, criou raízes e memórias. “O que mais gosto em Venâncio são as pessoas. Porque são as pessoas que constroem histórias e deixam legados, assim como eu também estou construindo a minha e espero deixar minha marca, com muito respeito, dedicação e amor.”
O pouso das joaninhas
Muito estudiosa, estar com livros e apostilas não é novidade para ela, já que, há muito tempo, tem o hábito de acordar ainda pela madrugada para estudar. Ela é advogada e atualmente trabalha no Departamento Comercial da Terra FM e Folha do Mate. Uma das metas é seguir carreira na área policial, profissão do pai, e acredita nos estudos para buscar uma oportunidade em concursos.
Assim como focou nos estudos para a Fenachim, ela já o tinha feito à época que buscava aprovação na OAB. “Um dia eu estava estudando e uma joaninha pousou na minha mão. Dizem que ela significa boa sorte e, como eu acredito muito em simbolismos e números, entendi que era um bom sinal. Passei de primeira na prova. Sorte é importante, mas fiz por mim, busquei e conquistei. Acredito que a sorte está ao lado de quem na batalha.”
Na última semana antes da escolha das soberanas, ela novamente foi surpreendida por uma joaninha. “Eu estava indo para o salão de beleza, porque tinha um evento, e estava pensando muito na Fenachim. E de novo uma joaninha pousou na minha mão.” Sorte ou não, coincidência ou não, fato é que uma joaninha apareceu na casa dos pais dela, no dia da escolha, e pousou exatamente sobre um cartaz da torcida, onde estava escrito ‘Lara’. As visitas que lhe trouxeram sorte também lhe deram uma ideia: quando decidir ser mãe e, caso venha uma menina, ela se chamará Joana.
Uma grande família orgulhosa
Larissa recebeu a reportagem da Folha do Mate na casa dos pais, no bairro Santa Tecla. O orgulho estava nos olhos e nos sorrisos da família, que não escondia a alegria. Fã de Amado Batista, Luiz Fernando diz que agora, literalmente, pode cantar ‘Princesa’ para a filha, se referindo ao clássico do cantor, lançado em 1991.
É por causa de Luiz Fernando, aliás, que Lara adquiriu gosto pelo chimarrão. Como a esposa prefere um cafezinho, ele buscou nas três filhas a parceria para as rodas de mate durante as manhãs. Além de Larissa, Fernanda e Jéssica também viraram apreciadoras do chimarrão. “Eu chamava elas pro chima, mas já era uma forma de tirar da cama”, conta, entre risos.
Nadir, por sua vez, afirma que, desde que a filha transformou a Fenachim num sonho, ela sonhou junto. “Toda vez que a gente entrava na cidade, eu ficava imaginando o rosto dela no outdoor no Parque do Chimarrão. E agora vai virar realidade. Essas meninas vão se dedicar muito e desejo que as pessoas as acolham e gostem da minha filha, porque ela vai fazer o mesmo.”
Para a irmã caçula, Jéssica, que foi uma das maiores incentivadoras, ver Larissa entre as soberanas vai possibilitar à família também viver algo diferente. “Nós sempre participamos da festa, mas agora vamos viver uma parte diferente. Vai ser construído um novo ciclo do que a festa representa para todos nós”, destaca Jéssica. Foi no carro dela, aliás, que Larissa voltou para a casa dos pais, na madrugada de domingo. “Tive que entrar de lado no Uninho da Jé, porque com a coroa não ia”, revela Lara, rindo ao lembrar da cena.
Se o Uno da irmã foi a primeira condução de Larissa depois da coroação, a partir de agora ela vai de “bicicleta, carroça, carro, Kombi” e tudo que for necessário nos compromissos. Essa foi a garantia do noivo, Angelo, após ela ser eleita princesa. Claro que no momento o comentário saiu em tom de brincadeira, mas ele diz que vai acompanhá-la sempre que possível. É com o noivo que Larissa gosta de andar de bicicleta pelo interior e assim já conheceu diversas localidades.
Fã número 1
Entre os familiares, Larissa tem muitos fãs, como a própria irmã Jéssica, que já disse que fará um álbum de fotos. Quem também tem muita admiração pela princesa é a tia dela, Brenda, de 14 anos, filha de um segundo casamento do avô materno de Larissa. Antes do concurso, a jovem tinha na tela do celular uma foto da cantora Ana Castela. Agora, tem uma foto com a sobrinha, soberana da 17ª Fenachim.
“As soberanas são porta-vozes da festa e do município e quero que os venâncio-airenses se sintam representados por nós e fiquem orgulhosos. Temos uma missão e a maior marca que quero deixar é o carinho, a minha admiração pela Fenachim e meu orgulho pela nossa gente.”
LARISSA ALMEIDA MACIEL – Princesa da 17ª Fenachim