História de Roque Eisermann ex-integrante
Foi em 1979. Recém-chegado em Vila Melos, como professor na Escola Curupaiti, morando na pensão da dona Veleda, logo escutei o ronco de gaita no Bar do Chico. Dos fins de tarde das sextas-feiras ao fim de domingo, era uma festa só: ora Orlando Schulz, ora Danilo Santos tocando para animar os frequentadores do bolão. O barulho do cair dos pinos se juntava ao som da gaita.
Achei tudo isso muito animado. Era só alegria, música, bolão e cerveja. Muito grito a cada nove paus. Como também era iniciante no violão e o som de gaita me atraía, logo me juntei aos músicos. Em seguida, conheci o Elmo Gerhardt, gaiteiro e tecladista e, no mesmo ano, foi realizada uma festa da escola, onde fizemos a animação. Eu, o Elmo, o Paulino Toillier e o Orlando Schulz (já falecido).
Foi um sucesso total. Quando a cortina se abriu, o público vibrou e o baile foi muito animado. Com este grupo ainda toquei algumas festas de escolas na redondeza.
Na mesma época, a convite do senhor Frederico Toillier, eu e o Elmo fomos animar uma festa junina na Febem, em Taquari. Na volta, já tarde da noite, conversamos e por iniciativa do Elmo, foi sendo montada a banda de baile com os antigos músicos de Vila Melos: Alvino Stumm, no saxofone; Laurindo Meurer no pistão; Raul Trost, no trombone, estes já falecidos atualmente; Lautério Thomaz, no contrabaixo; Elmo Gerhardt, no teclado; Albano Schulz, na bateria e eu, Roque Eisermann, na guitarra base. Estava formado o ABC Som.
Tocamos na Bier Haus, Santa Cruz, Candelária, São Jerônimo, Triunfo, Barão do Triunfo, Venâncio Aires, Passo do Sobrado, Rio Pardo e muitos outros lugares. Enfrentamos muitas dificuldades nas viagens mas, acima de tudo, tínhamos muita alegria e descontração.
Tocávamos quermesses, festas de escolas, bailes de sociedade, aniversários e eventos comunitários. Eu deixei a banda em 1986, quando entrou o Gilmar Pacheco, sendo que o Geraldo Schimuneck também teve participação na banda.
Em 1995, a banda se desfez porque, com o advento da tecnologia, as pequenas bandas se tornaram inviáveis e integrantes, por motivos pessoais, assim resolveram. Com todas estas lembranças, ficou a saudade dos bons momentos e das histórias pitorescas, que por vezes aconteciam. Meu respeitoso abraço aos colegas e aos familiares daqueles que já partiram.