Antes mesmo de Mato Leitão se emancipar, quando ainda era um distrito de Venâncio Aires, sua principal rua já havia sido denominada como Leopoldo Aloisius Hinterholz. Isso aconteceu em novembro de 1983, por meio de uma lei assinada pelo então prefeito da Capital Nacional do Chimarrão, Almedo Dettenborn.
O projeto de lei para nomear a via foi apresentado por um dos netos de Leopoldo, Joeci Hinterholz, quando ocupou o cargo de vereador de Venâncio, representando o distrito. Segundo uma das filhas de Leopoldo, Loraci Teresinha Hinterholz Schwengber, 74 anos, o pai foi um líder da comunidade, desempenhando diversos papéis, como ser professor, comerciante, regente de corais e vereador eleito em Venâncio como suplente que assumiu na leguislatura 1948/1951 e eleito na legislastaura 1952/1955. A respeito dessa última função, ela lembra que, naquela época, os parlamentares não recebiam salário. “Ele trabalhava por amor à camiseta”, comenta.
De acordo com Loraci, Leopoldo cresceu e construiu a vida familiar e comunitária no distrito onde hoje é Mato Leitão. Tanto que a casa onde morou com a família, situada na esquina das ruas Leopoldo Aloisius Hinterholz e Otto Bugs, segue no mesmo lugar. A aposentada conta que o prédio recebeu melhorias na parte externa e foi adaptado para se transformar em salas comerciais, mas a ideia é mantê-lo como uma lembrança do pai.
Características
Loraci recorda que Leopoldo começou a lecionar muito jovem, antes mesmo de completar 18 anos. Conforme um livro escrito em sua homenagem, as aulas eram ministradas praticamente todas em alemão. Justamente por isso, ele precisou parar de dar aula em 1944 por causa da proibição da Língua Alemã, após a Segunda Guerra Mundial. Contudo, mais tarde, o professor voltou à sala de aula para dar aulas de alemão.
Ele também foi proprietário de uma casa comercial, que na época era conhecida por vender secos e molhados. Além disso, gostava muito de música, tanto que foi regente de um coro misto e outro masculino vinculados à igreja católica. Ele ainda tocava violino e harmônio.
A filha Loraci recorda, ainda, que Leopoldo sempre foi muito solidário, por isso sempre que alguém estava doente, por exemplo, com a ajuda da esposa, fazia chás para doar a quem precisava. “Para mim, ele era um pai e um amigo. Tinha vários papéis na comunidade e passava muita confiança para as pessoas. Tanto que, quando alguém queria decidir algo, perguntava a opinião dele. Sempre foi muito solidário, era muito querido por todos. Foi presidente e tesoureiro da comunidade católica. Ele é um grande exemplo e deixou muitos valores para a nossa família”, destaca.
Loraci também lembra que, em algumas ocasiões, o pai desempenhou a função de sacerdote, sendo chamado para fazer enterros quando o padre vigário não podia. Para a família, foi uma honra ele ter sido homenageado com a nomeação da principal rua do município. “É um reconhecimento por tudo que ele fez pela comunidade”, salienta. Leopoldo faleceu em 3 de agosto de 1974, aos 61 anos. Foi casado com Natália e teve sete filhos.
Livro
Além das memórias compartilhadas entre a família, a história de Leopoldo foi eternizada em um livro escrito por um dos seus sete filhos, Astério Hinterholz, já falecido. A obra ‘Leopoldo Aloisius Hinterholz: pai e líder de uma comunidade’, que faz um resgate da trajetória dessa personalidade, foi escrita em homenagem aos 25 anos de falecimento de Leopoldo, publicada em junho de 1999 e conta com depoimentos de pessoas que o conheceram, fotografias e cópias de discursos que fazia em diversas ocasiões.
