Quem passa pela RSC-453, nas proximidades do trevo do bairro Battisti, percebe que a lombada eletrônica está estragada. O equipamento que registra a velocidade dos veículos foi instalado em fevereiro de 2020 e, há cerca de um mês, parou de funcionar. Com isso, os veículos voltaram a passar na via com alta velocidade e, muitas vezes, não respeitam a velocidade máxima que é de 50 quilômetros por hora.
Os pedestres que circulam diariamente na via percebem maior dificuldade para atravessar, mesmo com a faixa de segurança. Pois muitos motoristas não estão reduzindo e quem precisa atravessar não consegue. A moradora do bairro Battisti, Rosimeri Souza Cezar, 36 anos, precisa atravessar o cruzamento entre a RSC-453 e a rua 7 de setembro, sempre que vai para a região central do município. Ela relata que sempre foi complicado, mas que agora, sem a lombada voltou a ser pior, assim como quando ela ainda não havia sido instalada.
Nos horários de maior pico, como às 17h, Rosimeri evita passar. “É o pior horário, tem muito veículo passando e ao mesmo tempo muitas pessoas querendo atravessar a pé e de bicicleta. É perigoso”, afirma.
Ela cuida ao atravessar, espera no trevo e quando um carro para ou não tem veículo por perto Rosimeri passa na faixa de segurança. Mas conta que seu filho já sofreu acidente de carro no trevo. “A sorte é que ele estava certinho na cadeirinha, então não foi nada grave. Mas isso acontece com frequência com outras pessoas. Seria necessário uma sinaleira, igual no trevo do bairro Coronel Brito.”
Motoristas
Para os motoristas a situação também preocupa. Daniel Henckes, 45 anos, é morador do bairro Brígida e quase todos os dias passa pela via por questão de trabalho. Ele observa que em horários como meio-dia e à tardinha são os piores. “São os horários que mais dão medo de cruzar, pois vejo que ninguém quer perder tempo.”
Para quem está na rua 7 de setembro, Henckes diz que é muito ruim atravessar. “Sinto muito a falta do equipamento funcionando, pois com ele normal dá para fazer o cruzamento um pouco mais rápido no sentido para bairros, e assim como está só é bom no sentido rodovia, pois ninguém mais respeita”, conclui.
Já Cristian Henrique dos Santos, 34 anos e Ana Moreira, 29 anos, avaliam que os caminhões continuam amenizando a velocidade, mas os carros não. Eles trabalham próximo das lombadas e já presenciaram muitos acidentes. “Motoristas de caminhão chegam na lombada devagar, porque acham que ainda funciona, mas os carros seguem na mesma velocidade, já não cuidam mais. Isso causa muito acidente com danos materiais, principalmente de manhã cedo e pela tardinha”, percebe Santos.
Prefeitura de ‘mãos atadas’
A Prefeitura de Venâncio Aires já contatou o Daer diversas vezes nos últimos meses, de acordo com o assessor administrativo da Secretaria de Segurança Pública, Jair Garcia da Rosa. Como é responsabilidade do estado a RSC-453, os órgãos municipais estão de ‘mãos atadas’ e, não conseguem solucionar o problema da lombada. “Já comunicamos o Daer, essa semana fizemos novamente contato e aguardamos que logo seja solucionado, pois nós não podemos fazer nada”, informa.
Ele frisa que com a lombada estragada o trânsito do local fica mais perigoso. “São equipamentos para fiscalizar o trânsito e amenizar a velocidade. Não afeta diretamente o trânsito no perímetro urbano do município, mas com a velocidade não controlada consequentemente oferece mais risco de acidente”, explica o assessor.
Grupo rodoviário
Conforme o Grupo Rodoviário de Cruzeiro do Sul, responsável pelo trecho, no ano passado foram registrados 25 acidentes no local. Desses, 13 foram apenas de danos materiais e 12 com lesões corporais. Neste ano, foram três, todos com danos materiais. O 2° Sargento Comandante do Grupo Rodoviário de Cruzeiro do Sul, Ederson Barbosa Soares, afirma que o grupo já fez solicitações para o Daer e aguarda a manutenção. “Esse equipamento é de suma importância, visto que diminui a velocidade dos veículos, diminui o dano e ou as lesões sofridas pelas vítimas. Assim como os números mostram, pois não tivemos nenhum óbito no local, no último ano. E as lesões na sua grande maioria foram leves.”
- O Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), informou à reportagem que a ativação da lombada depende de um estudo, que deve ser apresentado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). A reportagem tentou contato, mas a EGR não se manifestou.
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