
Cinco sindicatos, que representam cerca de 20 mil trabalhadores em Venâncio Aires, prometem uma forte mobilização nesta sexta-feira, 22. É no fim da semana que está previsto um ato nacional de luta contra a Reforma da Previdência, em Brasília.
Mas, mesmo que os olhos se voltem para a capital federal, os líderes sindicais do município querem que ‘as coisas’ aconteçam por aqui, antes de tudo. Dessa forma, sem pretensão de uma viagem ao centro do país, o Comitê Suprassindical organiza uma movimentação pela cidade, percorrendo ruas, fábricas e o comércio. “Não adianta ir para Brasília se no nosso município o pessoal não apoiar. Queremos que os trabalhadores entendam dos prejuízos que estão por vir”, destacou o presidente do Sindicatos dos Metalúrgicos, Adolfo Celoni da Rosa.
As principais queixas dizem respeito ao aumento da idade mínima para aposentadorias, o salário-família e o abono do Programa de Integração Social (PIS). São estes os pontos que devem ser especificados em um material informativo que será distribuído aos trabalhadores na sexta.
COMERCIÁRIOS
Em Venâncio Aires, a ideia de um ‘arrasa quarteirão’ contra a Reforma da Previdência ganhou ainda mais força nos últimos dias. Antes encabeçado pelos sindicatos do Fumo, Alimentação e Afins, do Calçado e Vestuário, dos Metalúrgicos e dos Trabalhadores Rurais, o Comitê Suprassindical, em nova reunião na semana passada, conta agora com o apoio de representantes dos comerciários.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul e Região, Marcos de Azeredo, vários pontos da reforma proposta pelo Governo Federal irão prejudicar os trabalhadores e citou as ‘teclas’ já batidas pelos demais sindicatos. “Só há uma saída: a mobilização. Independente de partido, vamos nos unir e lutar contra esses ataques que prejudicam os mais pobres. Que seja aberta a ‘caixa-preta’ da Previdência, porque ela não tem furo, mas desvio.” Ainda conforme Azeredo, dos cerca de mil comerciários em Venâncio, em torno de 800 perderiam o PIS.
ESTRATÉGIA
A partir das primeiras horas da sexta, 22, representantes sindicais devem se concentrar na rua Getúlio Vargas, entre as sedes dos sindicatos do Calçado e Vestuário, e dos Trabalhadores Rurais. Além da proximidade com o Sindicato dos Metalúrgicos, que fica a uma quadra desse ponto, o local reúne grande fluxo de funcionários da Venax e agricultores, que diariamente movimentam bastante a parte baixa da cidade.
Mas, segundo o presidente do Sindicato do Fumo, Alimentação e Afins, Rogério Siqueira, as mobilizações, ainda pela manhã, seguirão para o centro da cidade, onde haverá concentração na Travessa São Sebastião Mártir. “Estaremos mobilizados o dia todo e vamos percorrer empresas e o comércio também.”