Moradora de Mato Leitão completa 108 anos com muita alegria de viver

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Ela gosta muito de conversar e contar histórias sobre o tempo que era mais jovem. Também não dispensa brincadeiras, principalmente com os familiares, e tem uma memória de dar inveja. Aos 108 anos, completados na terça-feira, 11, Justina Maria dos Santos esbanja alegria de viver. Natural de Venâncio Aires, a centenária mora em Mato Leitão há 32 anos. Ainda na Capital Nacional do Chimarrão, ela viveu em Vila Santa Emília, no interior do município.

Com 19 anos, casou-se com Osvaldino José dos Santos, que faleceu há 45 anos. Dessa união, Justina teve dois filhos, Amélia Maria Freder, 69 anos, e Donildo José dos Santos, que já faleceu. Desde muito jovem, a moradora da região central da Cidade das Orquídeas trabalhou na agricultura. “Meu pai plantava muita erva-mate. Tinha um moedor e minha função era tocar o boi para moer a erva”, recorda.

Depois que casou, ela continuou se dedicando às atividades agrícolas. “Não comprávamos quase nada. Tínhamos vaca para tirar leite, boi para lavrar a terra. Nada tinha motor”, conta. Dona Justina também compartilha que aprendeu a ler e a escrever e que, quando jovem, o que mais gostava era dançar. “Dançar era comigo. Gostava de ir em um baile, só era difícil porque tinha que ir a pé”, lembra, em meio a risadas.

Quando questionada sobre o ritmo que mais gosta, a resposta é rápida: a valsa. “Mas eu dançava tudo que era marca”, acrescenta Justina, que ainda fez questão de lembrar que, na festa realizada para comemorar o aniversário de 100 anos, ela dançou valsa até a música parar. Uma canção que ela gosta muito é ‘Menina não corte o cabelo’.

Quando mudou-se para Mato Leitão, Justina residiu com a família durante um ano em Vila Santo Antônio. Depois, passou a morar na Estrada Albino Pedro Giehl e, há cerca de um mês, está vivendo com a filha Amélia, a neta Dioni Cristini Freder, 35 anos, e a bisneta Nieli Vitória Stoll, 13 anos, na Avenida Alfredo Pilz.

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“Todo mundo pergunta como cheguei nesta idade. Nunca briguei com ninguém, sempre ‘tô’ de bem com tudo, nunca tive problema com os vizinhos. Tudo para mim é amizade. Acho que Deus me abençoa por isso. Vou durar até quando Deus quiser.”

JUSTINA DOS SANTOS – Aposentada

Amizades

Dona Justina não esconde a alegria em receber visitas de familiares e amigos para poder contar histórias e conversar. Durante esse período da pandemia da Covid-19 e restrições de visitas, com a ajuda dos familiares, ela começou a utilizar o celular para fazer chamadas de vídeo. “Ela fica admirada de como é possível falar com as pessoas de tão longe desse jeito”, comenta Dioni.

Ela também gosta muito de sentar no sol, tomar mate doce perto do fogão a lenha e gosta de dormir. “Mas hoje [terça-feira], não vou dormir durante o dia e nem vou deitar tão cedo. É dia de festa”, disse, ao fazer referência ao aniversário. Sobre chegar aos 108 anos, dona Justina ressalta que isso é uma grande vitória.

Apesar da grande disposição e de gostar muito de fazer brincadeiras, Justina conta que sente um pouco de dificuldade para caminhar. “Caminho, mas tenho medo de cair. Então, a filha me leva no braço”, relata. Além disso, por causa de um glaucoma, ela perdeu a visão há 32 anos. “Sinto falta de enxergar, mas agora já estou acostumada.”

Justina comemorou os 108 anos com a família
A centenária mora com a filha Amélia (direita), a bisneta Nieli e a neta Dioni na região central de Mato Leitão (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)

A neta Dioni conta que, mesmo sem enxergar, a vó seguiu fazendo algumas costuras, também descasca laranja e batata e gosta de debulhar milho, por exemplo. Justina também é católica e gosta de rezar. “Quando perco o sono de noite rezo para Nossa Senhora Aparecida, para todos os santos e para os anjos da guarda.”

Já vacinada com as duas doses contra a Covid-19, ela fala sobre a situação que estamos vivendo. “Fiquei muito contente de fazer logo. Nunca na minha vida tinha visto uma doença assim. Isso é muito triste”, destaca. Além dos dois filhos, a centenária tem cinco netos, oito bisnetos e três tataranetos.

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