Moradores do Loteamento Artus, na região baixa da cidade, criaram um grupo no WhatsApp para emitir alertas e monitorar o avanço das águas do arroio Castelhano. A ideia surgiu após a última grande cheia, no início de maio, quando diversas casas foram invadidas pelas águas.
O aposentado Paulo Bittencourt, 72 anos, foi o responsável por levar a ideia à prática. Segundo ele, cerca de 1,80 metro de água entrou em sua residência na enchente anterior e, dessa vez, queria estar mais preparado. Para isso, comprou um aparelho simples, um medidor de vazão ultrassônico, conhecido como Sonar. O equipamento custa, aproximadamente, R$ 460. “Tem um sensor no portão e, quando ultrapassa mais de 10 centímetros de avanço, o aparelho emite um alerta dentro de casa. Com isso, podemos ter uma ideia mais precisa do quanto a água vai subir e em qual horário”, explica.
Com o aparelho, sugeriu aos vizinhos a criação de um grupo na rede social para facilitar o acesso à informação. São, atualmente, 12 moradores que participam do grupo, que tem regras específicas e um objetivo claro: informar e atualizar sobre as cheias do arroio Castelhano. “Limitamos alguns assuntos e proibimos a divulgação de informações imprecisas ou alarmantes. Temos uma única meta, que é postar informações e dados consistentes, para auxiliar na tomada de decisão de sair ou não das residências, levantar ou não os móveis”, destaca o morador do loteamento desde 1996.
Ele enfatiza que nunca houve cheias tão recorrentes e que as águas nunca entraram além do portão da residência. “Precisamos de uma prevenção e de formas de medir as águas com maior credibilidade. Não dá para apenas avisar quando a água já está chegando”, finaliza.