Na manhã do dia 12, um grupo de voluntário do Movimento Pró-Matas Ciliares do Vale do Taquari visitou Vila Mariante, 2º Distrito de Venâncio Aires, para analisar as margens do rio Taquari após a enchente de maio. A comitiva, formado por técnicos ambientais, ambientalistas e simpatizantes, contou com o auxílio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) para identificar ações a serem executadas.
Segundo a bióloga Patrícia Renz, integrante do movimento, a visita teve como objetivo verificar o cenário da localidade, quais os impactos da cheia e possibilidades de restauração da mata ciliar do rio Taquari. Fiscais e biólogos da Semma apresentaram as áreas consideradas críticas. “Existem locais que precisam de técnicas de engenharia natural antes de iniciar qualquer tipo de semeadura ou plantio de mudas, pois as encostas do rio estão muito inclinadas e íngremes. É necessário utilizar técnicas para diminuir essa inclinação da encosta”, explica a venâncio-airense Patrícia.
Conforme a secretária municipal de Meio Ambiente, Carin Gomes, após a visita será realizado um planejamento para definir as próximas ações. Ela adianta que também devem ocorrer reuniões com outros municípios para atitudes coletivas. “Venâncio vai encabeçar o movimento, mas não pode fazer algo sozinho, precisa de um trabalho de todos”, afirma.
Possibilidades para as matas ciliares
A bióloga Patrícia destaca que há locais onde já é possível iniciar a introdução de espécies nativas através de semeadura, estaquia ou plantio de mudas de diferentes hábitos. Nesses casos, não é necessária técnica de engenharia natural, já que há diversas árvores caídos, que podem ser utilizadas como forma de proteção para o desenvolvimento de novas vegetações, além de fornecer matéria orgânica.
“Uma espécie muito indicada para esses locais é a Phyllanthus sellowianus [sarandi ou sarã], que é inserida através de estaquia, que tolera inundações, podendo estar bem na margem da água, além de ter alta capacidade de enraizar e rapidamente formar novas plantas, o que é muito importante quando é necessária a constituição rápida da cobertura vegetal”, completa a bióloga.
