A tarde da terça-feira, 6, foi mais movimentada na Folha do Mate. Isso porque um grupo de mulheres migrantes que realiza encontros mensais, escolheu o auditório do nosso jornal para tratar de assuntos importantes.
Acompanhadas da coordenadora do setor de migrantes, refugiados e apátridas, Sandra Andréia Mendonça Soares, da estagiária pedagógica Simone Chaves e da estagiária de serviço social Bruna Markmann, mulheres vindas de países como Venezuela, Colômbia e El salvador fizeram parte deste momento.
Os encontros do grupo iniciaram em setembro de 2020 e neste ano, devido a pandemia, o último momento de reunião das mulheres aconteceu em janeiro. “Aqui é um espaço para empoderamento das mulheres, para conheceram as leis e não perderem a identidade da mulher migrante”, afirma
Encontro
A tarde iniciou com uma visita interna na Folha do Mate. Após foi feita uma meditação com mensagens motivacionais às mulheres. Depoimentos de migrantes que já participaram dos encontros também aconteceram para motivar as mulheres que iniciam sua trajetória no município. A venezuelana Yeisa Mariana Molina Vidal, 45 anos, destacou o momento como uma integração necessária. “Aqui contamos o que vivemos no nossos país local e o que esperamos encontrar na nova cidade. São momentos de liberdade, os encontros são quase como uma ida ao psicólogo”, comenta.
O encontro seguiu com passagem de fotos e vídeos de atividades já desenvolvidas pelo setor com as mulheres migrantes e uma discussão e explicação sobre a Lei nº 6.796, de 6 de junho de 2021 que institui a Política Municipal de Acolhimento e Atendimento para Migrantes, Apátridas e Refugiados. “A lei não pode ficar apenas no papel, vocês têm de fazer ela acontecer”, salientou Sandra, ao afirmar que a lei traz menções positivas como a luta contra xenofobia e a discriminação.
Outro ponto levantado pelo grupo foi a dificuldade de conseguir a documentação local com a Polícia Federal, que disponibiliza de poucas vagas para a grande demanda dos migrantes. “Hoje temos 37 solicitações ativas, e conseguimos marcar em média de uma a duas pessoas diariamente. O processo é moroso.”, explana Sandra.
O encontro foi finalizado com um momento de descontração, em que todas as mulheres se reuniram em um círculo para fazer a tradicional dança das bandeiras.
Integração e distração
Gabriela Gonzalez, 26 anos, veio de El Salvador e está há quase dois anos no município. Ela participa dos encontros desde que iniciaram e para a jovem, o momento é de compartilhar experiências, conhecer novas pessoas, fazer amizades e poder se enturmar.
Já Fanny Estella Villada, 53 anos, veio da Colômbia há oito anos e participou do encontro do grupo de mulheres migrantes pela primeira vez nessa terça, 6. “Gostei muito, aqui conseguimos falar a nossa língua, nos distraímos dos problemas e conversamos”, afirma. Fanny afirma que os venâncio-airenses são ótimas pessoas e bons amigos.
“Uma fortalece a outra nas dificuldades. Uma coisa é ser uma mulher com as leis brasileiras, outra é cegar e viver em m país totalmente diferente do seu”.
SANDRA SOARES
Coordenadora do setor de migrantes, refugiados e apátridas
Grupo de mulheres
Participam do grupo em torno de trinta mulheres migrantes. Interessadas em fazer parte podem se informar na secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social, localizada na rua General Osório, número 1.430, ou pelo telefone (51) 2183-0670.
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