Municipalização do Museu: a saída para a guarda da história

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Para que o Museu da Capital do Chimarrão não precise fechar as portas em 2023, o Núcleo de Cultura de Venâncio Aires (Nucva) vem pedindo uma ação imediata por parte da Prefeitura em forma de parceria. De acordo com o tesoureiro do Nucva, Flávio Seibt, para 2022 ainda há condições de garantir o custeio da manutenção do acervo histórico, no entanto, com o entrave da União, não é possível assegurar novos recursos por meio da Lei Rouanet para os próximos anos de trabalho.

A intenção de Seibt é conseguir ainda nesta semana conversar com o prefeito Jarbas da Rosa para tratar da viabilidade de municipalização do Museu e fazer parcerias que diminuam os custos de manutenção. “Estamos contando com o intermédio da vice-prefeita Izaura Landim e do presidente da Câmara de Vereadores, Benildo Soares. O dinheiro que recebemos pelas locações não é mais suficiente.”

O tesoureiro do Nucva reforça que o prédio onde está localizado o Museu é o único de Venâncio Aires tombado como patrimônio histórico do Estado e, por isso, também é de responsabilidade dos governantes. “Buscamos fazer um trabalho em conjunto, intermediar mais locações, quem sabe”, comenta.

O problema maior e inicial, segundo Seibt, foi quando o Governo Federal, em Brasília, ‘engavetou’ o projeto encaminhado no ano passado para manter o Museu em 2022 com recursos da Lei Rouanet. Parte dos recursos para completar o orçamento foi de doações de empresas, pessoas físicas e China Brasil Tabacos, feitas pelo segundo ano consecutivo. O motivo da não aprovação do projeto da Lei Rouanet é a exigência de que o Museu instale um elevador e disponibilize intérpretes para aumentar a acessibilidade.

Seibt afirma que mesmo que seja um investimento muito importante, no momento é elevado para a situação do Museu, que teria aumento mensal de no mínimo de R$ 500 a R$ 1 mil só em manutenção. Com um custo fixo mensal de R$ 15 mil entre impostos, manutenção, contas e três funcionários, ele teme que no próximo ano tenha que se desfazer dos colaboradores. O tesoureiro enfatiza que é preciso no mínimo duas pessoas atuando devido ao elevado número de trabalho de catalogação do acervo, que é de aproximadamente 80 mil peças entre jornais, revistas, discos, CDs, documentos e objetos históricos.

“Sem incentivos, parcerias ou projetos que tragam recursos para o Museu, não sei como será o futuro. Como está não dá para ficar e não temos muito tempo, porque em Brasília a cultura não é prioridade.”
FLÁVIO SEIBT
Tesoureiro do Nucva

Isenção da taxa de lixo

• Na sessão de segunda-feira, 11, o vereador Ricardo Landim (União Brasil) falou sobre a intenção de indicar ao Executivo que o Museu seja isento de pagamento da taxa anual de lixo. Porém, como agora o período é de véspera de eleição, o projeto só será indicado e lido após o pleito de outubro, para que tenha validade a partir de 2023. O valor pago pelo Museu neste ano para a taxa de lixo é de quase R$ 4 mil.



Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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