A professora de Educação Infantil, Marinês Rodrigues dos Santos, 57 anos, é assinante da Folha do Mate há muitos anos que até já perdeu as contas. Ela mora com a família no bairro Coronel Brito. Por lá, os sábados são sagrados e com a presença da edição impressa do jornal.
Marinês destaca que pela manhã, o marido Luís Fernando é o primeiro a levantar. Em seguida, ele prepara o chimarrão e busca o jornal. “De manhã cedo o jornal é dele, depois é a minha vez de ler, do meu filho Uesley e também compartilhamos com a minha mãe que mora ao lado”, relata. Marinês conta que a mãe, Maria Gesi, tem 78 anos e se orgulha da boa visão para ler o jornal e compartilhar as informações com os familiares.
A moradora do bairro Coronel Brito observa que gosta de estar informada, mas fica triste com os episódios de violência que acompanha através das páginas policiais. “A maioria são jovens, penso que é preciso ter mais políticas públicas para que conheçam outras realidades e tenham opções melhores para seguir. Se começa desde cedo.” Ela também cita que é preciso mais oportunidades de emprego para o público jovem, assim como é importante a vinda de novas empresas para o município, fatos que acompanha pelas páginas do impresso. Outra sugestão da professora, que atua como servidora pública há 15 anos, é de que o ensino e a escola sejam mais atrativos e dinâmicos aos jovens, para que eles tenham interesse e gere curiosidade no aprender. “Eu leio de tudo um pouco no jornal, mas adoro as receitas para tentar reproduzir”, destaca a professora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Vovô Weber.
Ativa na comunidade
Marinês é bastante participativa na Comunidade Nossa Senhora Rainha, do bairro Coronel Brito. No local, ela e mais 21 mulheres participam do grupo Arteiras da Rainha, que recebe ajuda financeira da Mitra de Santa Cruz do Sul para a realização de artesanatos diversos. “No grupo uma ajuda a outra, às vezes só precisamos conversar e desabafar.” Todo fim de ano, as mulheres realizam uma festa de Natal para as crianças, e isso acontece há 15 anos. No ano passado, Marinês afirma que foram 250 crianças participantes e este ano o evento ocorre o dia 18 de dezembro.
A organização também realiza doações para a Casa de Acolhimento, localizada no mesmo bairro. “Às vezes não se pode fazer muito, mas ajudo como dá”, comenta. Marinês ressalta que a família também é muito unida quando ao assunto é auxiliar o próximo. “Meu pai José Maria, já falecido, sempre foi muito generoso e nos ensinou isso, que mesmo que se tenha pouco, ainda pode ser compartilhado. Eu preciso agir para me sentir viva”, destaca.
São estes ensinamentos que ela repassa ao filho e aos sobrinhos. “Nas pequenas ações se aprende sobre generosidade. Não mudamos o mundo, mas perto da gente conseguimos fazer a diferença”, observa Marinês, que reside há mais de 40 anos no bairro Coronel Brito, onde também é a catequista da comunidade.