Uma Copa do Mundo no fim do ano, às vésperas do Natal e depois das Eleições no Brasil. Pode parecer estranho, mas em 2022, o maior torneio de futebol mundial vai se realizar num período completamente diferente do que nos acostumamos e será assunto diário entre o próximo domingo, 20 (quando começa) e 18 de dezembro (dia da finalíssima).
Em sua 22ª edição, esta é a primeira vez que uma Copa do Mundo será realizada no Oriente Médio, mais precisamente no Catar, onde o verão chega a temperaturas entre 40 e 50 graus. Por isso, a Copa foi adiada de junho para novembro e é excepcionalmente num fim de ano que vamos torcer pelo hexa da Seleção Brasileira.
Além de coincidir com os preparativos para o Natal, vai ocorrer depois do pleito para presidente e governador no Brasil (em outros anos a ordem é contrária) e, numa impressão geral pelas ruas de Venâncio Aires, é de que o clima futebolístico ainda é tímido. No comércio, por exemplo, a maioria das vitrines está decorada com itens natalinos. Esse ponto tem uma explicação simples: o Natal é a data mais importante do ano para o comércio, mas, no caso de lojas de artigos esportivos, fazer uma vitrine em ‘verde e amarelo’ também virou desafio. “Ainda não recebemos as camisetas”, informou Marlise Saldanha, gerente da Bade Esportes. Segundo ela, as camisas oficiais da Seleção deveriam ter chegado em setembro, mas um problema no fornecimento da Nike (patrocinadora esportiva) atrasou tudo. “A informação é de que falta matéria-prima para os materiais esportivos, não apenas camisetas, e isso ainda é reflexo da pandemia. Então, o que tínhamos, já foi vendido. Muita gente tem procurado, mas não temos camisetas. Nem que a gente quisesse fazer uma decoração, não teria como, porque não tem material”, destacou Marlise.
Na Cléris Calçados e Esportes, as camisas oficiais também estão em falta, sem previsão de reposição. “Procura tem, muita gente pergunta nas redes sociais ou WhatsApp também, mas não tem camiseta”, relatou a vendedora Ivete Nowotny.
Conflito no calendário
Na Imprymex Embalagens, loja que comercializa itens de decoração, o fornecimento também foi um problema. “Recebemos os materiais alusivos ao Brasil na quinta passada [10], a poucos dias da Copa. Esse ano tem menos material disponível, tudo é importado e a pandemia ainda impacta”, explicou a proprietária, Marli Becker.
Ainda conforme ela, com a mudança do calendário em 2022, é natural que muitos ainda não tenham entrado no clima da Copa. “Em 2018 e 2014 foi diferente, a Copa era sempre meio de ano. Agora já estamos no clima de Natal, que é muito tradicional. Então teve um conflito de datas nesse ano.”
Vitrine da Copa
Embora a maioria das lojas tenha vitrines natalinas, há quem vai segurar um pouco para fazer essa decoração. É o caso da Katucha Moda Infantil. Segundo a vendedora Gesiéle Loronha, o cenário de Copa foi montado no dia 3 de novembro e deve permanecer, pelo menos, até a próxima segunda, 21, logo após o jogo de estreia (Catar e Equador, dia 20, às 13h). Depois disso, tudo é Natal.
“Tivemos uma procura muito grande por roupas e acessórios infantis para a Copa, principalmente camisetas, calções e bodys para bebês. O primeiro estoque foi e já pedimos reposição. Inclusive, muita gente nos pergunta onde pode encontrar camisas e acessórios para adultos”, comenta Gesiéle.
Política
• Em meio à polarização política, evidenciada na última eleição presidencial, há quem também tenha evitado o ‘verde e o amarelo’ para não ser ‘confundido’ como eleitor do presidente Jair Bolsonaro, com o qual a identificação das cores da bandeira foi maior durante o período eleitoral. Prova disso é que, desde setembro, a maior procura pelas camisetas da Seleção são pela cor azul, a reserva.
