Pedro Augusto Reck dos Santos, médico de Venâncio, mora há seis anos nos Estados Unidos e mantém o hábito de ler a Folha do Mate pelo site.
Em tempos de internet, com a instantaneidade das informações online, mesmo quem está a mais de 9 mil quilômetros do seu município de origem, sabe o que está acontecendo nele. É o caso do médico Pedro Augusto Reck dos Santos, 46 anos, que mora há quatro anos em Phoenix, no estado do Arizona, oeste dos Estados Unidos.
Para saber o que acontece em Venâncio Aires, cidade natal, ele não deixa de ler o jornal Folha do Mate, pelo site folhadomate.com. “Mantenho contato com amigos, família e, claro, leio a Folha do Mate. É meu principal guia de acesso para saber de Venâncio. A Folha contribui bastante e sempre estou por dentro do que está acontecendo na minha cidade”, destaca Pedro, que é cirurgião torácico.
O venâncio-airense tem mestrado em Sistemas de Perfusão Pulmonar, pela Universidade de Toronto, no Canadá, e doutorado em Transplante Pulmonar, na Universidade Federal de Ciências da Saúde, de Porto Alegre, cidade onde também se formou em Medicina. Mas, mesmo com uma carreira consolidada na área e trabalhando atualmente no Hospital Mayo Clinic, no Arizona, o médico diz que mantém uma rotina tranquila e tenta se aproximar ao máximo da simplicidade da vida que levava em Venâncio Aires, durante a infância e a adolescência.
Nos arredores do Monte das Tabocas
Pedro cresceu no Centro de Venâncio Aires, especificamente na rua Rufino Pereira, bem na frente da Escola Estadual Monte das Tabocas, uma das instituições onde estudou, além da Escola Cônego Albino Juchem. Ele é filho Jorge Augusto dos Santos, 75 anos, e Maria Isabel dos Santos, 71 anos. Jorge é conhecido por ter mantido pastelaria na frente do Monte e mantém até hoje uma alfaiataria. “Tenho as melhores lembranças da infância, crescendo entre as ruas Rufino Pereira e a Tiradentes, na frente da Praça Evangélica, onde moravam meus avós, Pedro e Silda Reck, já falecidos.”
O xis do Ilgo e o Bar Opção Urbana
Além da família e dos amigos, Pedro revela que, entre as saudades da Capital do Chimarrão, está a comida. Neste caso, ele cita o ‘xis do Ilgo’, praticamente um patrimônio dos venâncio-airenses, lanche do tradicional Cachorrão do Magrão, conhecido estabelecimento do Centro da cidade. “Tenho saudade do xis do Ilgo, de coração, com aquela maionese que só tem ali”, menciona.
Além da lancheria, o médico revela outro ponto que o deixa saudoso. O antigo Bar Opção Urbana, no Calçadão, famoso nos anos 1990 e início dos 2000. O estabelecimento marcou o início de uma história que segue até hoje: foi lá que conheceu a esposa, em 1999, a também venâncio-airense Paula Baierle Losekann, 41 anos, que é engenheira agrônoma.
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O casal tem dois filhos: Francisco, 6 anos, nascido em Venâncio, e Ana Clara, de 10 meses, que veio ao mundo já em solo norte-americano. “Temos uma vida tranquila aqui. Gostamos muito de ficar em casa e mantemos o hábito do chimarrão, comemos churrasco e feijão. A gente tenta ter uma vida parecida com a que tinha em Venâncio”, descreve Pedro.
“Penso em voltar um dia, porque adoro a cidade”, diz médico de Venâncio
Os sogros e os pais de Pedro seguem morando na Capital do Chimarrão, mas as duas irmãs dele também ‘desgarram’ de Venâncio: Mariana, de 43 anos, mora em Sarnia, no Canadá; já Sofia, 31 anos, não foi tão longe e reside em Porto Alegre.
Conforme o médico, a família sempre se organiza para visitar Venâncio pelo menos uma vez por ano. A última vez que estiveram no município foi em dezembro de 2023, quando também comemoraram os 5 anos de Francisco. A expectativa é de uma nova viagem agora em junho.
Sobre a possibilidade de voltar em definitivo, Pedro dos Santos afirma que pensa muito nisso. “Penso em voltar, com certeza, porque adoro Venâncio. Não sei como vim parar tão longe, porque gosto muito da cidade, sinto muita saudade de estar aí e aproveitar o dia aí. Saudade do lugar e das memórias. Então a gente tenta atenuar mantendo contato com amigos próximos, a família e lendo a Folha do Mate.”
Saiba mais sobre o médico de Venâncio
Pedro está fora de Venâncio há quase 30 anos. Isso aconteceu quando terminou o Ensino Médio e foi para Porto Alegre fazer cursinho e depois a faculdade de Medicina. Alguns anos depois de se formar, recebeu convite para trabalhar no Canadá, onde ficou entre 2011 e 2016, e fez o mestrado.
Depois voltou para o Brasil e morou em Porto Alegre e Curitiba. No início de 2019, surgiu a oportunidade de ir para os Estados Unidos. Por lá, morou primeiro em Pittsburgh, na Pensilvânia, e, desde 2021, está em Phoenix, no Arizona.
Em 2018, quando morava em Curitiba, o venâncio-airense ajudou a organizar algo até então inédito no Paraná. Ele contribuiu para um programa que resultou no primeiro transplante de pulmão daquele estado.
