O Pavilhão Agropecuário do Parque Municipal do Chimarrão virou lar para muitos cães após as enchentes que atingiram Venâncio Aires. Para além deste local, alguns foram mais sortudos e receberam carinho, amor e cuidado em lares temporários (LTs), uma opção de adoção temporária, além da adoção definitiva.
Os lares temporários são disponibilizados por qualquer pessoa, que recebe o cão na sua residência e o cuida até que seja adotado por alguém. Muitos cachorros que foram resgatados não retornaram aos seus lares e, por isso, permanecem na casa de voluntários até que sejam adotados por uma nova família.
A secretária de Meio Ambiente, Carin Gomes, explica que os lares temporários são de extrema importância e permitem que o animal tenha um cuidado individualizado, de modo a se adequar melhor a uma futura adoção. “Cães que passam por lares temporários têm maior tendência a serem adotados. Ser lar temporário é um ato de amor”, afirma.
Entre as especificidades de um lar temporário, Carin ressalta que não há tempo mínimo ou máximo, já que essa definição depende de cada caso. As pessoas ou famílias que estiverem dispostas a ajudar um animal resgatado das enchentes e se apresentarem como lares temporários, podem fazer contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) ou ir até o Parque do Chimarrão. A secretária ressalta que todos os lares temporários recebem ração e casinha, caso seja necessário. Em situações de o animal precisar de atendimento veterinário e mediações, a pasta também fornece.
Cuidar e acolher
Há três anos como lar temporário, Juliana Ribeiro, 31 anos, já ajudava animais abandonados há mais tempo. Atualmente, a secretária acolhe dois cachorros resgatados, um filhote de cinco meses e um cão idoso que já está cego e surdo. Mas, no total, ela já chegou a acolher quatro animais ao mesmo tempo.
Juliana também é tutora permanente de duas cachorras – Cecília e Meg – e um gato, o Frajola. Outros dois cachorros, também da tutora, ficam no interior, na casa dos pais, em Vila Palanque. A maioria dos animais dos quais é tutora foi resgatada e adotada por ela.
Entre as cautelas que mantém como LT, ela destaca o cuidado e a paciência, já que a maioria dos cachorros chega até ela traumatizada e precisa de amor e proteção. Além disso, o que não falta é uma boa alimentação. “Eu sempre fiz o que pude para ajudar, desde criança sempre fui muito apegada aos animais. Quando vim morar na cidade, ficou mais fácil para acolher e cuidar. Por isso, decidi ser lar temporário”, explica Juliana, que antes morava com os pais no interior.
Para a secretária, o que a motiva a seguir sendo lar temporário é a diferença na vida dos animais inocentes, que muitas vezes já foram abandonados e maltratados “Não entendo a maldade humana. Resgatar, acolher, cuidar com amor: esse é meu lema”, reforça.
Abrigo
- A secretária municipal de Meio Ambiente, Carin Gomes, afirma que no abrigo passaram mais de 200 cães desde 11 de maio de 2024, quando o espaço foi implementado. Atualmente, são ainda 26 cachorros adultos e nove filhotes no local, todos aguardando uma adoção responsável. Os cães adultos estão castrados e os filhotes passarão pelo procedimento, futuramente. Todos também foram desvermifugados e vacinados. Quem quiser adotar, é só ir até o local, no Parque Municipal do Chimarrão.