“O Castelhano necessita de uma megaoperação”

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Entre o Passo da Cananéa e a ponte sobre o Arroio Castelhano, na ERS-422, localizada em Linha Arroio Grande, há 32 pontos “completamente assoreados”. A afirmação é de Antônio Rodrigo Vieira Garin, popularmente conhecido como Rodrigo VT, coordenador da Patrulha Agrícola, da Secretaria de Desenvolvimento Rural, e responsável pelo projeto de limpeza do principal manancial de Venâncio Aires.

De acordo com ele, a situação nada animadora foi diagnosticada a partir de mapeamento do curso do arroio na região urbana de Venâncio Aires, recentemente. “Percorremos todo o trajeto a pé, de facão na mão e, em alguns locais, no meio do mato, onde foi preciso retornar e buscar um caminho novo para seguir”, diz. Conforme o coordenador, “poços que antes tinham de seis a 10 metros, hoje não têm sequer um”.

Embora o Castelhano necessite “de uma megaoperação”, na sua avaliação, Rodrigo VT comenta que, no momento, efetuar a limpeza dos pontos mais críticos é a prioridade do Município. Com o levantamento dos locais nevrálgicos concluído, a intenção é encaminhar pedidos para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para o desassoreamento do arroio. “É burocrático, não é fácil”, admite ele.

PIOR PONTO

A situação mais delicada ao longo do percurso, conforme o coordenador da Patrulha Agrícola, foi registrada entre a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), no Grão-Pará, e a ponte sobre o Castelhano, na RSC-453. “Neste trecho, é necessário, além da desobstrução do leito do arroio, retirar entulhos, galhos e lixo, bem como proceder o replantio da mata ciliar. Sugiro também um estudo dos ambientes mais afetados entre estes pontos”, observa.

Além dos investimentos públicos para a recuperação do Arroio Castelhano, Rodrigo VT destaca a possibilidade de parcerias público-privadas (PPPs) para desacelerar o processo de degradação do manancial, responsável por abastecer cerca de 90% da população venâncio-airense. “Penso que é a forma mais acessível e rápida. Também queremos a parceria da comunidade e temos aceno de alguns empresários dispostos a contribuir para as ações de salvamento do arroio. Vamos trabalhar que isso aconteça”, garante.

“O poço mais antigo do Arroio Castelhano em Venâncio, que se chamava Poço Fundo, tinha 10 metros de profundidade. Hoje, não tem um. Minha preocupação é de que, nos próximos 10 anos, tenhamos uma escassez muito maior de água.”

RODRIGO VT
Coordenador da Patrulha Agrícola

 

  • Conforme Rodrigo VT, já estão sendo providenciados orçamentos de máquinas para a limpeza do Arroio Castelhano nos pontos mais críticos. Não há previsão, no entanto, de quando o serviço será viabilizado na prática.

Volnei Correa: um defensor do arroio Castelhano



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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