Com um Biz, Natan realiza entregas na região central de Venâncio.
Assinantes da Folha do Mate e de outros jornais mundo afora estão acostumados a acordar e ter a edição mais recente no portão de casa. No entanto, durante a madrugada é que a ‘magia’ acontece, com os entregadores rodando a cidade e o interior para distribuir todos os exemplares. Seja de carro, motocicleta ou bicicleta, a missão é desenvolvida a várias mãos.
Em Venâncio Aires, uma dessas mãos é de Natanalian Lubinajar da Silva, de 47 anos. O nome complicado é simplificado por ele: “pode chamar de Natan”. Já são 16 anos entregando a Folha do Mate de moto, porta em porta, na área urbana de Venâncio Aires. “Tinha objetivos, sonhos e buscava um ‘extra’. O Panela [Luciano Storch, corretor imóveis e ex-entregador da Folha do Mate] me indicou e comecei”, relembra.
Teste no frio
Natan conta que, quando iniciou, realizava os roteiros nos bairros Macedo, Coronel Brito, Brands e Industrial. Os primeiros meses foram no inverno, o que já foi um teste para ver se ‘sobrevivia’ ao novo emprego. “Não era fácil, eram roteiros pequenos, mas sempre gostei”, comemora. Posteriormente, há cerca de sete anos, passou a entregar no roteiro que engloba a rua Júlio de Castilhos e os bairros Cruzeiro, Brígida e Morsch.
‘Causos’ nas entregas
Como todo entregador de jornal, Natan tem boas histórias a contar. Ainda que comemore o fato de nunca ter sido assaltado ou sofrido acidentes graves, quedas e ataques de animais de cães não podem ser ignorados. “Foram uns cinco tombos e vez ou outra tenho que fugir de cachorros.” A rotina começa ainda na noite anterior às entregas, quando dorme por volta das 21h, e as 3h inicia o roteiro, que se encerra por volta das 5h40min.
Nos 16 anos de atuação, já trocou várias vezes de motos, sendo que, atualmente, realiza as entregas em uma Honda Biz. “Quando chove, demora um pouco mais”, complementa. Apesar dos desafios, ele considera o trabalho como motivador. Além da amizade construída com os demais entregadores, ‘uma família’, como Natan destaca, ainda se orgulha do elo com os demais colaboradores da empresa, seja na rádio ou no jornal.
Orgulho
Na correria para deixar todos os jornais entregues até o amanhecer, ainda sobram uns minutos para conversar com alguns assinantes ‘corujões’. Natan destaca que, em alguns locais, fica minutos conversando e até toma chimarrão. “É bem interessante o reconhecimento de quem valoriza a entrega segura e no horário.”
Ele lembra ainda que os entregadores costumam receber mimos, principalmente no período de fim de ano. Espumantes, panetones e chocolates estão entre os presentes mais comuns. “Ainda tem quem doa um certo valor em dinheiro. Antigamente, passávamos com uma caixinha arrecadando, mas perdemos esse costume”, acrescenta.