O laço entre um pai e filho deve ser construído desde a gestação, conforme a pediatra Vívian Wunderlich. Esse elo sentimental ajuda no desenvolvimento da pessoa, desde os primeiros dias, até a fase adulta. “O bebê começa a reconhecer as pessoas pela voz, o pai deve criar esse laço, ter o costume de cantar, ler e conversar com o feto. Assim, quando nascer, já vai reconhecer e ter uma ligação”, recomenda a médica.
Vivian comenta que, durante a gestação, a inclusão do pai em todos momentos é estimulada pelo Sistema Único de Saúde e esse incentivo também acontece na pediatria do Hospital São Sebastião Mártir, a qual Vívian coordena. A profissional argumenta que, após o nascimento, também é necessário que o homem entenda que é seu papel fazer as tarefas, como trocar fralda, fazer o bebê dormir, dar banho e todos outros momentos. “Não é uma ajuda do pai, é uma obrigação. Vejo que antigamente o pai era uma figura mais fria, que cuidava da casa financeiramente e a mãe tinha uma ligação sentimental com o filho. Hoje mudou, talvez porque quem é pai agora teve uma figura paterna mais afastada sentimentalmente e quer ser diferente, ser um pai presente em todos os sentidos. Isso porque o pai não é só um ajudante, ele faz parte de todo contexto”, completa.
Vívian frisa que esse envolvimento do pai foi uma das lutas das mulheres. Ela observa que atualmente nas consultas e partos os homens acompanham, fazem questão de saber de tudo que está acontecendo e de tomar frente de muitos cuidados com as crianças. “Isso ajuda muito as crianças a se desenvolverem social e emocionalmente, a entender melhor o mundo e ter coragem, depois em outras fases, de se arriscar pois sabem que, quando precisarem, tem uma figura paternal para recorrer.”
Leia mais: