Uma vespa praticamente invisível aos olhos tem sido uma aliada para combater as pragas do tabaco armazenado. O projeto para controle biológico da Ephestia e Lasioderma é um dos desenvolvidos no Centro Mundial de Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento (Adet) da Japan Tobacco International (JTI).
Localizado em Cerro Alegre Baixo, interior de Santa Cruz do Sul, o centro está em atividade desde 2011 e tem como foco atender as demandas de produtores de tabaco, por meio de tecnologias aplicadas.
“Desde o início temos pesquisado inimigos naturais da traça e do bicho do fumo. Há 4 anos, temos trabalhado diretamente com isso”, explica o gerente da Adet, Mauro Feuerborn. O projeto é desenvolvido em parceria com a área de Biologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ‘fornecedora’ das vespas.
Feuerborn explica que a vespa parasita a larva da traça e do bicho do fumo, impedindo que cheguem à fase adulta e se proliferem. A iniciativa tem sido desenvolvida tanto no estoque de tabaco de propriedades rurais quanto na indústria.
“É uma alternativa biológica ao controle químico. Com essa prática, já atingimos 75% de controle biológico na JTI”, ressalta. De acordo com ele, a utilização da vespa não traz nenhum prejuízo às pessoas que atuam no ambiente nem ao tabaco. “É tão pequeninha que nem se vê.”
COBERTURA DO SOLO
Outro projeto desenvolvido pelo Adet, já utilizado por diversos produtores da região, é a utilização de cobertura do solo. O plantio de gramíneas, como aveia preta e centeio; leguminosas, como ervilhaca e nabo forrageiro, ou mix de sementes é realizado após a colheita do tabaco, como objetivo de que o solo fique coberto o ano todo.
A prática ajuda a proteger a terra da chuva e evitar a erosão, reduz a temperatura do solo, conserva mais a umidade e possibilita um sistema com mais micro e macro-organismos, o que beneficia o cultivo do tabaco.