A Covid-19 paralisou o mundo e colocou em stand-by importantes discussões e eventos que poderiam mexer com a economia dos países, em especial com a do Brasil e a de Venâncio Aires. Um exemplo disso é que a Secretaria da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, da Organização Mundial da Saúde, transferiu a edição deste ano da Conferência das Partes (COP) para discutir o tratado de controle do tabagismo para o próximo ano e a não realização do evento deve acarretar diferentes ações, como avalia o prefeito Giovane Wickert.
O gestor da segunda maior cidade produtora de tabaco no Brasil ocupa uma cadeira na Câmara Setorial do Tabaco junto ao Governo Federal. É ainda tesoureiro da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco) e acredita que a suspensão do evento pode ser positiva, pela questão da implantação das medidas restritivas ao setor, que sempre ocorre em eventos da COP, e por outro lado lamenta o fato pelas discussões relativas ao contrabando e produtos aquecidos.
“Seria o primeiro ano que discutiríamos esta questão do contrabando, uma vez que o Brasil tem mais da metade do mercado abastecido pelos cigarros contrabandeados. Lamentamos que estes pontos tão essenciais e importantes sejam adiados mais um ano, dificultando assim cada vez mais os problemas ocasionados pelas indefinições”. A Polícia Federal já realiza um trabalho importante na questão do mercado ilegal, porém falta estrutura para fiscalização no combate ao contrabando em 16 mil quilômetros de fronteiras do Brasil com os países vizinhos.
Além da 9ª edição da COP, também seria realizada a Segunda Reunião das Partes do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco (MOP2). Com o adiamento, a conferência será realizada entre os dias 8 e 13 de novembro de 2021 e a MOP2 ocorrerá entre 15 e 17 de novembro de 2021. Em fevereiro de 2020, o primeiro tratado internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) completou 15 anos em vigor.
Na última edição da COP, em 2018, na Suíça, o Brasil apresentou aos demais países que integram o protocolo uma proposta para acelerar a implementação dos artigos 17 e 18, conhecidos por discutirem alternativas economicamente viáveis e sustentáveis para a produção de tabaco.