Casa em Vila Santo Antônio, no interior de Mato Leitão, foi destruida por uma árvore (Foto: Taís Fortes)
Casa em Vila Santo Antônio, no interior de Mato Leitão, foi destruida por uma árvore (Foto: Taís Fortes)

A Defesa Civil de Mato Leitão, juntamente da Secretaria Municipal de Obras, Viação e Trânsito segue com ações para auxiliar famílias atingidas pelo temporal que aconteceu na noite da última terça-feira, 16. Novo balanço divulgado pela Prefeitura na manhã desta quinta-feira, 18, mostra que mais de 50 casas foram atingidas. Trinta e seis famílias buscaram auxílio com a retirada de lonas.

“É muito importante que as pessoas que receberam lona guardem esse material após o uso emergencial, porque ele pode ser útil em outro momento”, alerta o coordenador da Defesa Civil Municipal, Gilberto Pfeifer. Depois da desobstrução de ruas e estradas, com o corte de árvores e galhos quebrados, equipes da Secretaria de Obras realizam serviços de limpeza e recolhimento de material em diversos pontos. Serviços de fornecimento de energia elétrica, água e telefonia estão sendo restabelecidos gradualmente desde ontem.

Em relação a um possível decreto de emergência, o prefeito disse que é preciso aguardar o levantamento completo dos danos registrados no município. Um dos locais públicos atingido pelo vento foi é a Escola Ireno Bohn, que teve danos no telhado do prédio e laterais do ginásio de esportes. Um veículo da Secretaria da Saúde, utilizado no transporte de pacientes, também foi atingido por galhos de árvores. O telefone de contato da Defesa Civil são os telefones (51) 9971-8632 e (51) 9885-5020, com o coordenador Gilberto Pfeifer. (Fonte: AI Prefeitura)

Danos em empresa e destelhamentos

Por Taís Fortes

Localizada no Distrito Industrial de Mato Leitão, às margens da RSC-453, a empresa Fliegen também contabiliza prejuízos em razão do temporal. Por volta de 22h30min, o gerente da unidade, Mário José Dresch, foi até o empreendimento, acompanhado da esposa, para averiguar a situação. “Já imaginei que poderia dar problema em razão do vento muito forte”, relatou.

E ele tinha razão. As fortes rajadas de vento quebraram os vidros da loja, situada na parte frontal do prédio, e com isso as roupas expostas para venda foram todas molhadas. A fábrica de confecção também alagou, mas não houve danos nas máquinas. Ontem os 56 funcionários foram dispensados, porque não havia energia elétrica para trabalhar.

Loja da Fliegen, no Distrito Industrial, sofreu prejuízos com a quebra dos vidros (Foto: Taís Fortes)

O casal Alceu Arlindo Pereira, 57 anos, e Eva Manuela dos Santos Pereira, 48 anos, também foi surpreendido pelo temporal na noite da terça-feira. Eles já estavam deitados e prontos para dormir, quando por volta de 21h30min, tiveram a casa destelhada. “Voaram telhas na lavoura e no pátio do vizinho. Logo levantamos porque atingiu a parte do quarto, do banheiro dos fundos e da sala. Tivemos que colocar o colchão na cozinha para conseguir dormir”, relembrou.

Pereira mora neste local, em Vila Santo Antônio, desde o fim de 1993 e afirma nunca ter visto uma situação como essa. “Primeira vez que deu desse tamanho. Minha esposa se assustou muito e começou a chorar”, mencionou. Na manhã de ontem, com a ajuda de vizinhos e de servidores da Secretaria de Obras, o servente de limpeza colocou lona na parte atingida da casa.

O servente de limpeza Alceu Pereira teve a casa destelhada pelo vento (Foto: Taís Fortes)

Casas são atingidas pela queda de árvores no interior

Em Vila Santo Antônio, no interior da Cidade das Orquídeas, uma residência foi atingida por uma árvore. A auxiliar de produção Íris Gonçalves de Jesus, 35 anos, estava em casa com o filho Arthur Henrique de Jesus Flores, 11 anos, no momento que o fato aconteceu, por volta de 21h30min.

Os dois estavam no quarto, quando ouviram o barulho. A árvore, um plátano centenário que estava plantado às margens do arroio que passa nos fundos da propriedade, atingiu, principalmente, a área onde ficava a cozinha. Íris conseguiu pedir ajuda para a vizinha, que mora ao lado e também sofreu prejuízos na casa, para conseguir sair da residência acompanhada do filho. Os dois não se feriram.

“Foi um livramento de Deus. Por pouco eu não saí do quarto para ir à cozinha me abrigar na hora que começou o vento. Não tem mais como morar nessa casa e também molhou praticamente tudo, não vou ter como aproveitar quase nada, mas agradeço a Deus por estarmos com saúde. Foi um susto muito grande, estou tremendo até agora”, relatou. A moradora de Vila Santo Antônio é natural da Bahia e reside há 12 anos em Mato Leitão. “Nunca tinha visto algo assim”, compartilhou.

Com as fortes rajadas de vendo, árvore centenária atingiu a casa onde Íris e o filho Arthur residiam em Vila Santo Antônio (Foto: Taís Fortes)

Na localidade de Canto dos Dresch, também no interior do município, outra casa foi atingida pela queda de uma árvore e a frente do imóvel, onde estava construída uma área, foi destruída. O proprietário da residência é o safreiro Jerri Adriani Pereira de Menezes, 56 anos, que mora no local desde o fim de 2017.

“Eu já me preocupava com a presença dessa árvore, mas nunca imaginei que isso aconteceria. Tinha colocado uma cadeira para sentar na área e em menos de um minuto e meio aconteceu isso. Só deu tempo de fechar a porta e a árvore caiu. Foi muito rápido, nem deu tempo de tirar a cadeira”, recordou.

O safreiro Jerri Menezes também sofreu com a queda de uma árvore que atingiu a parte frontal da residência (Foto: Taís Fortes)