Profissional faz micropigmentação de aréolas mamárias de forma voluntária

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Imagine trabalhar com algo que você ama, mas ainda assim, lá no fundo sentir que falta alguma coisa, aquilo que preenche e é o propósito da profissão. É isso que acontecia com a designer e micropigmentadora de sobrancelhas Natália Keller, 29 anos.

O foco da profissão de Natália desde 2016 é o trabalho em sobrancelhas, porém, em 2019, durante um congresso em Curitiba, ela teve contato com palestrantes que atuam na área de micropigmentação paramédica, princialmente com reconstrução de aréolas mamárias e camuflagem de vitiligo. A partir de então, seguiu acompanhando os assuntos e conteúdos. “Desde que conheci a Roberta Peixoto, profissional com a qual fiz o curso, no início de outubro, no Paraná, me apaixonei pela área”, afirma.

O curso ‘Micropigmentação Paramédica’ foi composto por aulas de forma on-line por aproximadamente um mês e o conteúdo presencial foi repassado em dois dias no Paraná, com horas de aprendizado e treinamento em desenho.

Processo

Natália explica que a técnica da micropigmentação é semelhante à que já fazia nas sobrancelhas, mas as agulhas e tintas são totalmente diferentes. “Tem todo um lado artístico, um trabalho de luz e sombra. Temos muito treino e desenhos à lápis”, comenta.
A primeira etapa do processo é a avaliação. “Por ser um processo invasivo, nem todas as mulheres podem realizar. Depende, por exemplo, do aspecto da cicatriz. A avaliação pessoalmente é fundamental”, destaca.

Técnica de treino com luz e sombra é feita com lápis.

Após a avaliação, no dia do procedimento, a profissional realiza um desenho sobre a mama da mulher para que ela veja como ficará o resultado. “Caso a mulher tenha perdido apenas uma mama, reproduzimos exatamente usando a outra como exemplo. E, se ela perdeu as duas, pedimos fotos, se tiver, para fazer o mais próximo do que era”, reforça. No caso de não ter as fotografias, é feito um estudo pelo tom de pele e o perfil da mulher para criar as aréolas.

O próximo passo é a mulher aprovar o desenho e fazer os questionamentos que deseja. Natália enfatiza também que, apesar da reconstrução ser mais comum em mulheres que tiveram câncer de mama, o processo da micropigmentação também pode ser feito em qualquer mulher que tenha passado por uma cirurgia e que a cicatriz tenha prejudica o mamilo, como por exemplo a redução de mamas. A indicação é que não seja feito nenhum procedimento antes do primeiro ano da última cirurgia e a autorização do médico é imprescindível.

Após a aprovação do desenho, é aplicado um anestésico para evitar qualquer dor ou desconforto durante a micropigmentação. “Depois, temos toda a parte de cicatrização e, em 45 dias, a mulher retorna para fazer o retoque”, afirma.

Propósito

Mesmo ainda não conseguindo aplicar a técnica em pele humana, Natália já se sente realizada pelo conhecimento adquirido. Para as mulheres, ela imagina que passar pela reconstituição da aréola seja como encerrar um ciclo triste e doloroso em suas vidas. “Elas poderão se olhar no espelho novamente e se sentirem completas. Para nós, mulheres, termos a autoestima de volta é maravilhoso”, completa.

“Trabalhar com o que amo e promover esse sentimento nas mulheres, é a minha maior recompensa.”
NATÁLIA KELLER
Micropigmentadora e designer de sobrancelhas

Trabalho voluntário

• Todo o atendimento de reconstrução de aréolas, Natália faz de forma voluntária, sem nenhum custo para a mulher. Nos próximos dias, a profissional fará a primeira reconstrução em uma paciente. Mulheres interessadas em participar, podem entrar em contato pelo telefone e WhatsApp da clínica (51) 99978-4370.

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Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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