Programa municipal vai oferecer mais de 40 cursos para qualificar mão de obra

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A partir dos próximos meses, quem está à procura de emprego ou precisa se aperfeiçoar deve ficar atento. A Prefeitura de Venâncio Aires vai custear cerca de 43 cursos profissionalizantes básicos e de curta duração em diversas áreas. Trata-se do Qualifica Venâncio, um programa encabeçado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo para oferecer 500 vagas voltadas à capacitação profissional.

Para a escolha dos cursos, houve uma pesquisa junto às empresas do município. Também foram analisados indicadores do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a demanda de abertura de empresas da Central do Empreendedor e a característica das vagas oferecidas pela Agência FGTAS/Sine de Venâncio Aires.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Nelsoir Battisti, devido às dificuldades econômicas geradas pela pandemia, são necessárias ações que contribuam com o aumento da empregabilidade e o suprimento da carência de mão de obra local. “A qualificação profissional é a principal ferramenta para inserção da população no mercado de trabalho e assim vamos contribuir efetivamente para a retomada econômica.”

O próprio nome do programa ilustra uma situação bem comum no município: às vezes, o problema não é a falta de vaga, mas sim garantir que o candidato ao trabalho tenha a qualificação necessária para o cargo. Nesse sentido, o setor metalmecânico, por exemplo, que vê a indústria evoluir no ritmo das máquinas, vive uma busca constante. Uma prova disso está na lista das vagas que geralmente ‘fazem aniversário’ à espera de candidatos junto ao Sine: eletricista, soldador, funileiro, torneiro mecânico, mecânico e fresador.

“O setor metalúrgico é a principal demanda para mão de obra qualificada em Venâncio, mas carência tem em outros setores também. Acredito que Venâncio terá um novo momento na qualificação profissional daqui para frente e as empresas e trabalhadores serão beneficiados com essas oportunidades”, afirmou o coordenador do Sine, Cristiano Kaufmann.

Organização

O setor metalmecânico foi um dos vários segmentos considerados para o programa municipal, que será custeado totalmente com recursos próprios – cerca de R$ 300 mil. Ou seja, quem participar, não terá gastos. “Além de identificar o que falta em termos de capacitação, uma preocupação nossa é a adesão. Por isso, serão cursos curtos, para evitar desistências. Queremos que as pessoas realmente comecem e terminem os cursos, para que haja o retorno esperado”, destacou o assessor administrativo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Marcos Hüttmann.

Como o programa será com dinheiro público, será necessário abrir licitação para contratação de empresas especializadas ou instituições de ensino que vão executar as atividades. Dessa forma, devido aos prazos necessários de um processo licitatório, a realização dos cursos pode demorar um pouco para começar. “É depois desse processo que se faz o contrato e o cronograma dos cursos e aí serão abertas as inscrições. É outro momento, para daqui uns meses”, explicou Hüttmann.

Módulos e cursos previstos

  • Administração e Gestão: assistente administrativo, assistente de Recursos Humanos, assistente financeiro, Excel profissional, almoxarife, assistente de logística e gestão de qualidade.
  • Empreendedorismo: turismo rural, fotografia digital, técnicas de vendas e liderança, marketing digital, vitrinismo e inglês para negócios.
  • Higiene, saúde e beleza: barbearia profissional, maquiagem profissional e manicure e pedicure.
  • Indústria e construção civil: eletricista predial e residencial, segurança em instalações e serviços com eletricidade, segurança na operação de plataforma de trabalho aéreo, segurança no trabalho em altura, soldagem MIG/MAG, operador de máquina de costura industrial, mestre de obras, torneiro mecânico, pintor industrial, operador de empilhadeira e laminador náutico.
  • Gastronomia: Panificação, confeitaria básica e gestão de custos e planejamento de cardápio.
  • Tecnologia e informática: desenvolvedor Web e designer gráfico, desenvolvedor mobile android, instalador e reparador de linhas de telefonia, AutoCad básico, automação residencial, instalação de câmeras de segurança e conserto de celulares e smartphones..
  • Cuidados e bem-estar: cuidador de idosos, massoterapia e atendente de farmácia e drogaria.
  • Agronegócio e saúde animal: gestão de agronegócio, assistente veterinário e esteticista de animais domésticos.

Na capacitação, a evolução dentro da empresa

Na Metalúrgica Venâncio, que tem cerca de mil funcionários, as linhas de produção exigem cada vez mais mão de obra qualificada. Entre os setores de Manutenção Mecânica, Manutenção Elétrica, Engenharia e Ferramentaria, que trabalham interligados, todos os cargos necessitam de conhecimentos específicos. Na Ferramentaria, por exemplo, onde são pensadas e criadas peças, matrizes, moldes e gabaritos para projetos novos, de 12 profissionais necessários, há vagas em aberto. “Está difícil encontrar pessoal e são funções que precisam, digamos, de um Senai”, apontou o líder do setor, Marcelo Valdecir Feix.

Marcelo Feix, que passou por um curso do Senai há 18 anos, hoje é líder de setor na Metalúrgica Venâncio (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Ele é o tradicional ‘encarregado’, posto que ocupa há dois anos. Feix, que tem 39 anos, é um exemplo de quem procurou a capacitação para se aperfeiçoar. Há 18 anos, quando já trabalhava no ramo metalúrgico como auxiliar de produção, decidiu fazer um curso no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), na época de ‘mecânico de manutenção’. “A qualificação me abriu oportunidades e precisamos sempre evoluir.” Já na Venâncio, Feix fez um curso de SolidWorks (para desenho técnico mecânico) e não descarta novas atividades para se qualificar.

Qualidade

Para o proprietário da Venâncio, Marcelo Campos, a falta de mão de obra talvez esteja relacionada a uma questão cultural da região e que, nos nos últimos anos, quem tem contribuído para qualificar o ramo metalmecânico são alunos do Senai e IFSul, por exemplo. Ainda para Campos, um funcionário com qualificação faz toda a diferença no trabalho. “Faz 100% de diferença no objetivo final da empresa, que é atender bem ao cliente com produtos de qualidade.”



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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