Público idoso cada vez mais participativo e ativo na sociedade

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Quem acha que lugar de idoso é somente em casa, cuidando dos netos e fazendo afazeres domésticos está muito enganado. A prova disso é a turma da Maturidade Ativa do Sesc. Na manhã chuvosa de sexta-feira, 40 mulheres se reuniram no ginásio do Colégio Professor José de Oliveira Castilhos para um oficina de câmbio, um jogo de voleibol adaptado para idosos.

A facilitadora do grupo, Paolla Aribel Back da Silva, comenta que o projeto Maturidade Ativa é para que os idosos se sintam participativos, ativos e que façam novas amizades. “Uma das diretrizes do grupo é deles serem protagonistas, então fazem campanhas, ações e dão opiniões. O grupo é deles.”

Além de atividades esportivas, os idosos participam de palestras sobre assuntos de envelhecimento saudável, encontros e momentos de descontração para que estejam sempre atentos e ‘modernos’. “Muitos que entram acham que o grupo é algo mais parado, mas, não. Somos agitados e todos que entram querem ficar. Aqui incentivo a todos serem empoderados e terem poder de fala”, comenta Paolla.

Turma do jogo de câmbio das sextas-feiras.

Para manter a cabeça no lugar

Duas das participantes do Maturidade Ativa são Diamantina Leites, 86 anos (a integrante que mais tempo está no grupo), e a filha dela, Nara Leites Rauber, 58 anos. A dupla classifica a participação como maravilhosa e, segundo Diamantina, que foi professora por 26 anos, faz com que ela tenha sempre a mente no lugar. “Para eu não pensar besteiras”, diz ela, entre risos.

“Fomos muito bem recebidas aqui, e quem me incentivou a participar foi minha mãe”, relata Nara, que passou a fazer parte do grupo no ano passado. Mãe e filha enfatizam a importância do Sesc ao proporcionar essas atividades. “Gosto muito do esporte e aqui consigo me exercitar e me divertir ao mesmo tempo”, afirma Diamantina.

Diamantina e a filha Nara são integrantes do Maturidade Ativa
  • 98 é o número de idosos que participam atualmente do Maturidade Ativa, dos quis somente dois são homens. Já são 16 anos de atividades do grupo em Venâncio Aires.

Como participar?

As atividades do Maturidade Ativa ocorrem nas segundas, terças, quintas e sextas-feiras, em horários e turnos diferentes. Interessados em participar podem se inscrever no Sesc, e segundo Paolla, as atividades são gratuitas, com exceção do câmbio, que tem uma taxa devido à locação do espaço. Pode participar qualquer idoso, sendo comerciário ou não.

Envelhecimento ativo

A professora Silvia Virginia Coutinho Areosa, líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Envelhecimento e Cidadania (Gepec) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), afirma que nunca fez tanto sentido falar de envelhecimento saudável como neste século. Ela menciona que, pela primeira vez, o aumento da esperança de vida ao nascer e o decréscimo da taxa de natalidade permitem destacar o crescente aumento da população idosa na estrutura demográfica do país, de uma forma cada vez mais acelerada.

Segundo Silvia, estão ao alcance de muitas pessoas as medidas preventivas e a promoção do próprio bem-estar para um envelhecer ativo, uma orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). O empoderamento nunca teve tanto poder na qualidade de vida, como no momento atual, permitindo que os idosos sejam independentes e autônomos por um número cada vez maior de anos durante a vida. “As pessoas que antes viviam 60 anos agora vivem muito mais. No Rio Grande do Sul, em 2018, a expectativa de vida era de 78,3 anos”, destaca Silvia, ao observar as possibilidades de mais qualidade de vida na terceira idade.

No entanto, Silvia destaca que, infelizmente, não basta somente os idosos quererem, já que muitas desigualdades sociais ainda são realidade. “A aposentadoria pode não ser suficiente para manter uma alimentação de qualidade, moradia e medicação necessária para as doenças crônicas que muitas vezes acompanham o processo de envelhecimento. Cabe a nós, como sociedade, pensar em ações que propiciem essas condições favoráveis a eles.”

“Hoje, vemos as pessoas com mais de 60 anos voltarem a estudar, a realizar sonhos que não conseguiram enquanto criavam seus filhos e tinham que trabalhar 44 horas semanais, realizar atividades físicas de forma regular pensando numa melhor qualidade de vida, e se envolver em projetos sociais para seguir contribuindo com sua comunidade.”
SILVIA VIRGINIA COUTINHO AREOSA
Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Envelhecimento e Cidadania da Unisc

Programação Junho Violeta em Venâncio

• Terça-feira, 21: Ação do Gabinete da Primeira-dama em Linha Marmeleiro
• Quarta-feira, 22: Ação do Gabinete da Primeira-dama em Linha Cipó
• Quinta-feira, 23: Ação do Gabinete da Emater no Clube de Mães de Linha Ponte Queimada
• Sábado, 25: Programa Conversas de Fato (Rádio Terra FM), às 7h, com a secretária do Desenvolvimento Social, Claidir Kerkhoff Trindade; secretário do Desenvolvimento Rural, Gilberto Santos; e primeira-dama, Janete da Rosa
• 28 de junho: Atividade do Sesc nas casas geriátricas (Lar Novo Horizonte e Bem-estar)



Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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