O educador e filósofo Paulo Freire já dizia que a leitura precisa ser considerada um ato de amor. Presente na rotina, ela é responsável por formar cidadãos atentos à sociedade, mais dispostos a trocas de ideias, enriquecendo o conhecimento e as habilidades. Pela leitura, é possível viajar pelo mundo, conhecer histórias e pessoas.

Na Escola Estadual de Ensino Fundamental (Emef) Bento Gonçalves, de Linha Estância São José, no interior de Venâncio Aires, estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental desenvolvem o projeto ‘Aventuras literárias: brincando com as letras, lendo com o coração’. A iniciativa une alfabetização e literatura. Aos poucos, os alunos desenvolveram a habilidade de conhecer o significado das palavras, ler livros infantis e, mais do que isso, usar a imaginação fértil para recontar as histórias em casa, para pais e familiares.

A professora Luciana de Quadros Bohn é a responsável pelo projeto. Com formação em Letras e especializações na área educacional, ela tem grande experiência na sala de aula. “Penso que a literatura é muito importante. Todos nós, como seres humanos, precisamos apreciar e gostar de ler também, para assim aperfeiçoarmos o vocabulário e a escrita”, destaca.

Alunas Emanuelly e Helena compartilham a leitura do livro ‘O filho do Grúfalo’ (Fotos: Júnior Posselt/Folha do Mate)

A profissional reitera que cada aluno tem seu tempo de aprendizagem. Enquanto uns conseguem ler e interpretar em um período mais rápido, outros exigem mais persistência. Uma das histórias que marcou a docente foi a da aluna Any Mendonça, de 8 anos. Ela levou para casa o livro ‘Bililico’ em um fim de semana, com o objetivo de aprender a ler. Na segunda-feira, ao voltar para a escola, chegou com o rosto feliz e contou sobre sua mais nova habilidade: saber ler e interpretar as palavras.

Any Mendonça adora o livro ‘Bililico’

O projeto começou em março. Conforme a aluna Emanuelly Werner, também de 8 anos, o primeiro livro trabalhado foi ‘Lugar de Bicho’, de Viviane Veiga Távora. “Aprendemos que cada animal tem seu lugar no mundo e temos que respeitá-los do jeito que são”, diz. Depois, a turma trabalhou a obra infantil ‘Ninguém é igual a ninguém’, de Regina Rennó e Regina Otero, que apresenta reflexões sobre as características únicas de cada pessoa. “Vimos que cada um é do seu jeito e ninguém é igual ao outro”, completa Emanuelly. Outros livros, focados na relevância das brincadeiras, letras e rimas, também fizeram parte do planejamento.

Luiz Davi de Freitas: “Ler é muito divertido”

Uma das iniciativas do projeto é a ‘Sacola Literária’. Os alunos podem levar para casa uma bolsa com o livro trabalhado em aula e um diário de bordo, onde pais e estudantes são desafiados a preencher informações sobre a obra lida. “Alguns mal desembarcam do transporte escolar e já reúnem os pais para um momento de leitura”, conta a professora Luciana. O aluno Luiz Davi de Freitas, de 7 anos, complementa sobre a atividade realizada: “Criamos um livro em conjunto, com desenhos, poemas e histórias bem legais. Eu amei ser autor e ler com quem eu amo. Ler é muito divertido”.

Um piquenique literário também foi realizado com os alunos. “Foi muito bom, porque a gente leu livros muito legais e também porque comemos bergamotas muito docinhas e madurinhas. Assim, a gente aprende mais a ler e escrever”, conta Helena dos Santos Oliveira, de 7 anos.

“Sendo professora, quando o aluno aprende a ler, sinto que posso mudar algo em alguém.”

LUCIANA DE QUADROS BOHN
Professora

O assunto foi tema do programa Folha 105 – 1ª Edição, da Rádio Terra FM, na quarta-feira, 29, em alusão ao Dia Nacional do Livro. Outros relatos podem ser conferidos no Terra Play.

Júnior Posselt

Repórter

Acompanha assuntos voltados ao interior e à educação.

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