Com o Estado em bandeira preta já há algumas semanas, o Detran gaúcho adotou uma série de medidas para conter o avanço da pandemia. O objetivo é evitar aglomerações nos locais de prova e reduzir o número de contatos pessoais dos examinadores. Para isso, suspendeu, na metade do mês, as provas teóricas e diminuiu as vagas para exames práticos.
Em Venâncio Aires, que tem dois Centros de Formação de Condutores (CFCs), as vagas de prova de carro, por semana, caíram até quatro vezes. No CFC Venâncio Aires, por exemplo, eram 24 vagas, agora são seis. “Antes da pandemia, houve momentos que aconteceram 100 provas. Mas, desde o ano passado, elas vêm reduzindo e agora, com a bandeira preta, diminui mais ainda. Isso vem represando muito o processo da habilitação”, explicou o diretor geral, Fábio Bencke.
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A queda de quatro a cinco vezes no número de vagas também aconteceu nas provas de moto. Se antes eram até 20 vagas na categoria A por semana, hoje são apenas quatro. “Estão todos preocupados com a pandemia, houve redução de quadro de servidores no Detran também. Mas, se o problema principal é evitar aglomeração, acho que poderia colocar um horário diferente para cada aluno”, sugere Bencke.
Para a diretora geral do CFC Central, Rosemeri Rafanhim, o fator ‘aglomeração’ também poderia ser evitado sem diminuir as provas. “Se estamos na fila de um supermercado, também precisamos manter o distanciamento. Então, se houvesse um controle entre os candidatos, respeitando todas as regras, acho que seria possível”, argumenta.
Rosemeri revela ainda que, desde o início da pandemia, nenhum dos instrutores contraiu a Covid. “Considerando que cada um atende cerca de seis alunos por dia, as medidas de higiene e limpeza têm funcionado.”
Tempo
Se antes ter a habilitação nas mãos poderia ser uma questão de dias, agora pode durar de dois a três meses. “Mesmo com a diminuição das provas, a procura está boa. Mas o que já percebemos é que alguns desanimam, porque pode demorar muito. O aluno sai da teórica pronto para a prática, mas precisa esperar”, conta Rosemeri Rafanhim.
O serviço é considerado essencial, mas o Detran recomenda que os candidatos adiem a procura caso não seja realmente necessário. O Detran diz ainda que quem não conseguir realizar a prova por cancelamento deverá solicitar ao CFC um novo agendamento, sem necessidade de pagar nova taxa.
Teórico
Com relação às provas teóricas, o Detran havia suspendido a aplicação em salas e o serviço continuou naqueles CFCs que já aplicavam exames remotos, com o acompanhamento dos examinadores on-line.
Em Venâncio Aires, as provas ainda acontecem do modo tradicional e houve exame teórico nesta quarta, 31, depois de duas semanas de suspensão. Nas salas, a quantidade de candidatos é menor para garantir o distanciamento entre as cadeiras.
Enquanto isso, os CFCs do município já estão se adequando para que as provas teóricas também sejam on-line, com estruturação de salas, câmeras e computadores. O diretor do CFC Venâncio Aires, Fábio Bencke, diz que o investimento chegou a R$ 30 mil.
O que também deve seguir on-line são as aulas teóricas, que já acontecem há meses. Um instrutor fica no CFC e os alunos acompanham o conteúdo de casa. “Acho que é uma tendência e veio para ficar. O pessoal se adaptou bem”, destacou a diretora do CFC Central, Rosemeri Rafanhim.
