Para mais de 90 pessoas que têm em comum uma relação com a Escola Estadual de Ensino Médio Wolfram Metzler, de Venâncio Aires, o sábado, 5, foi de reencontros, abraços e lembranças. Isso aconteceu durante uma confraternização que começou com uma visita à escola e seguiu até a sede da Apae, com almoço, apresentações artísticas e homenagens, envolvendo ex-alunos e ex-professores de turmas da década de 1970, quando a instituição ainda mantinha internato e era conhecida como o ‘Colégio Agrícola’.
Entre os participantes, a maioria já senhores e senhoras ‘sessentões’, mas que guardam amizades e principalmente histórias inesquecíveis dos tempos de escola. O atual presidente do Núcleo de Cultura de Venâncio (Nucva) e do Guarani, Lúcio Rabuske, 67 anos, é ‘cria’ da Wolfram, onde estudou entre 1971 e 1974. “O ‘Agrícola’ já era uma referência naquela época, conhecido pelo bom ensino em sala de aula integrado com as práticas da agricultura. Chegou a ter 140 alunos no internato, que ficavam dos 12 aos 20 anos”, conta Rabuske.
Valdir de Araújo, 67 anos, também lembra da fama da escola, onde estudou entre 1970 e 1971. “Eu sou de Taquari e fui morar no internato porque na região se sabia que era um colégio muito conceituado. Aqui aprendi sobre zootecnia e aqui também aprendi a cozinhar, porque fui convidado para trabalhar na cozinha. Algo talvez simples, mas que me marcou demais.”
O fato de ter internato também foi a motivação para a vinda de Rogério Bernardes, 64 anos, hoje corretor de imóveis em Bagé. Em 1971 ele morava em Lajeado, onde a má fama como aluno causava problemas à família. “Eu era um péssimo exemplo e felizmente conseguiram matrícula para mim. Foi aqui que criei jeito e tive uma educação pessoal também.”
Quem ainda esteve no encontro foi Nailton Paulo da Rosa, 62 anos, que estudou na Wolfram entre 1972 e 1975 e depois trabalhou por 30 anos na escola como professor de Português, atuando também na equipe diretiva. “O estilo do ensino mudou daquela época, mas a escola sempre foi conhecida por ter uma educação fantástica e assim permanece”, destacou.
Professores
Durante o encontro, também foram homenageados ex-professores daquelas turmas e alguns deles estiveram na reunião, como Bernadete Garcia, Elemar de Freitas, Eunice Nagel Pappen, Gilberto Seibt, Helena Huyer, Maria de Lourdes Haas e Rui Hansel.
Encontro em 2023
A ideia do encontro ganhou corpo através do professor aposentado Darci da Rosa, 67 anos, que estudou na Wolfram entre 1973 e 1975. Também saudoso, ele contou como ingressou no internato do ‘Agrícola’, há quase 50 anos.
Rosa é natural de Linha Cachoeira, onde na época só havia aula até o 5º ano na Escola Helmuth Lehmen. Depois disso, ou ia para a roça ou precisava ir para longe para estudar. “Foi o ex-vereador João Arlindo Heck que falou com as famílias para deixar a gurizada estudar. Daí foram vários que vieram para a Wolfram.”
Heck é pai de Pedro Henrique Heck, 62 anos, cuja família mantém a Ervateira Elacy. O industrialista, aliás, também foi aluno da Wolfram. “O que a gente mais lembra daquela época é o companheirismo, porque ficávamos dias ou semanas juntos e assim formamos uma família. Isso a gente nunca vai esquecer e esse encontro foi muito lindo”, comentou.
Felizes com a grande adesão dos antigos colegas e com as histórias revividas que foram proporcionadas, o grupo já decidiu e quer repetir a reunião, provavelmente em novembro de 2023.