Responsabilidade e amizades no transporte de passageiros da saúde

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Por 8 anos, a responsabilidade de dirigir uma ambulância ou um carro da Secretaria de Saúde de Venâncio Aires ‘andava’ sempre com Paulo Roberto Alves Godoy, 62 anos. Hoje aposentado, ele atua como chefe dos motoristas do Município. Mas vivenciou muitas histórias, lutas e vitórias da população que precisou de ajuda.

A rotina de Godoy era sempre imprevisível e, por isso, conheceu muitas cidades no Rio Grande do Sul e vários hospitais, transportando pacientes. “Na maioria das vezes, eu não sabia o roteiro do dia, era conforme e emergência. Viajava muito para Rio Grande, Porto Alegre, sempre tentando chegar mais rápido para ajudar o paciente, mas também cuidando muito no trânsito. Essa é uma profissão que precisa de cautela e é necessária para tudo e todos”, comenta.

Nas viagens, o motorista conheceu muitas pessoas, fez amizades e se envolveu com as histórias. “Tem histórias que eu acompanhei depois, pessoas que lutavam contra o câncer e venceram, mães que foram ganhar o bebê em UTI Neonatal e depois as crianças cresceram bem, mas também algumas histórias que depois ficava sabendo do óbito, infelizmente.” No entanto, Godoy prefere sempre lembrar das boas histórias, como das pessoas que se recuperavam.

As amizades que fez nos hospitais, com médicos, enfermeiros e outros motoristas são as melhores recordações. “Tenho amigos verdadeiros feitos por causa da profissão. Alguns já visitei e mantemos contato até hoje. Eu ficava nos hospitais esperando a baixa dos pacientes, que muitas vezes demorava horas e, enquanto isso, conversava e trocava experiências com as pessoas”, acrescenta.

DIFICULDADES DE SER MOTORISTA DA SAÚDE

As madrugadas na estrada eram frequentes, principalmente nos plantões. Nesses dias, o motorista escalado precisa dormir na central dos motoristas, que fica na prefeitura, para estar sempre à disposição das chamadas. “Acho que Santo Ângelo, Santa Rosa e Alegrete foram as cidades mais longe para onde dirigi. Na madrugada, quando tinha neblina, era complicado, tinha que ter cuidado redobrado com minha direção e com outros motoristas também, que é o mais difícil. Estar na estrada é complicado, necessita muita atenção”, destaca.

Godoy explica que, quando o transporte de pacientes é feito na ambulância, sempre há o acompanhamento de algum profissional da saúde, enfermeiro ou médico. Se o paciente passava mal ou precisava de algo, Godoy era avisado para parar o carro. “Sempre conversávamos na viagem, via como estava o paciente e tentava auxiliar.” Mesmo com esse lado difícil de estar lidando com a vida das pessoas e sob pressão, ele garante que é uma boa profissão.

“Todo movimento, tudo tem que ser calculado na estrada, ainda mais quando temos vidas em risco na ambulância. Era um trabalho sob pressão, mas que eu gostava muito, conheci muitos lugares e pessoas.”

PAULO ROBERTO ALVES GODOY
Motorista aposentado

Carreira do motorista

  • Antes de passar no concurso do Município, em 1996, Paulo Roberto Alves Godoy dirigia caminhão na empresa Expresso Cruzador e viajava pelo Brasil.
  • Quando passou no concurso do Município, trabalhou dirigindo caminhão por 15 anos na Secretaria de Obras.
  • Depois, começou atuar na Secretaria de Saúde e dirigia a ambulância classe A, sem UTI móvel.

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