Nos últimos meses, a redação da Folha do Mate recebeu uma série de apontamentos de leitores em relação à Estação Rodoviária de Venâncio Aires. Nas redes sociais também é possível perceber que há insatisfação dos usuários, já que as postagens com críticas aos serviços prestados se acumulam. As queixas mais recorrentes se referem à limpeza dos banheiros e terminais, mas há também quem reclame da dificuldade para conseguir contato por telefone e, ainda, da ausência de informações no site da Estação Rodoviária.
Proprietária da Stradale Terminais Rodoviários – que além de Venâncio Aires, atua nos municípios de São Sepé e Piratini -, Luciane Kurz diz que sabe dos problemas pontuais, mas destaca que não é por negligência dos funcionários que algumas situações fogem do controle. “A gente sabe que não está tudo às mil maravilhas, mas temos feito o possível para garantir a satisfação dos usuários. Isso é prioridade, só que temos uma série de situações que contribuem para que as coisas fiquem longe do que queremos”, comenta.
Aliás, quando assumiu a concessão da rodoviária na Capital do Chimarrão, no dia 1º de abril do ano passado, a Stradale tinha muitos planos para colocar em prática que iriam melhorar as condições do local. Só que, segundo Luciane, a pandemia trouxe problemas inesperados. “O número de usuários do transporte coletivo diminuiu em mais de 60%, já que tivemos muitas restrições relacionadas ao serviço. Com isso, foi preciso manter a estrutura enxuta, não deu para fazer os investimentos que estavam previstos”, justifica.
INVESTIMENTOS
Luciane diz que fez um plano de internet para oferecer wi-fi gratuitamente aos usuários, reforçou a limpeza dos sanitários e também implementou melhorias referentes à iluminação do terminal. “Nós estamos trabalhando com seriedade, temos compromisso com nossos clientes. Queremos oferecer as melhores condição, mas às vezes acontecem algumas coisas que não temos como resolver”, afirma.
Conforme ela, além dos indígenas que costumam ficar na Estação Rodoviária, os moradores de rua e usuários de drogas também aparecem por lá com frequência. “A questão da segurança a gente já tratou com o prefeito e com o pessoal da Brigada Militar. Ao mesmo tempo em que prejudica nosso negócio, entendemos que não dá para, simplesmente, sair expulsando eles. São seres humanos que precisam de ajuda”, salienta.
Não é raro flagrar pessoas ‘tomando banho’ nas pias dos banheiros, conta Luciane. Outro problema enfrentado pela Stradale se refere ao papel higiênico que é jogado dentro das privadas e acaba por entupir os vasos sanitários. “Já trocamos dois”, ressalta. Mas, de tudo o que envolve a concessão da Estação Rodoviária, o que mais a incomoda é o desrespeito com os funcionários. “Vocês não têm a mínima noção do que eles ouvem.
São xingamentos de todos os tipos. O dia a dia é bem estressante, mas vamos seguir com nosso propósito de prestar um bom atendimento. Com a provável retomada da economia, se Deus quiser vamos colocar em prática o planejamento que temos. Vai mudar muito o ambiente”, projeta.
Saiba mais
• Telefone: Conforme Luciane Kurz, as queixas relacionadas ao telefone da Estação Rodoviária, o (51) 3741-2855, são de conhecimento da Stradale. A concessionária, aliás, já tentou resolver, mas não foi possível. “Quando a pessoa liga para o número, o sinal dá sempre como se estivesse chamando, mesmo quando o atendente está com uma pessoa na linha. Já tentamos de tudo, porém ainda não encontramos uma solução. Queríamos, pelo menos, que desse o sinal de ocupar, mas nem isso foi possível. O que nos dizem é que a linha é antiga e são fios que passam na parte superior da estrutura. Vamos continuar tentando solucionar”, argumenta.
• Estacionamento: Outra reclamação que se repete é referente ao estacionamento, em especial nos fundos da Estação Rodoviária, perto da área destinada a embarque e desembarque dos táxis. Os usuários gostariam de ter espaço para estacionamento, mas o local está bloqueado com pedras. “O prédio tem dono, e esta área que servia de estacionamento não está no nosso contrato. Por isso, o proprietário decidiu bloquear, já que ele pode ser obrigado a arcar com as despesas de eventuais problemas com os veículos deixados lá”, esclarece. Ela acrescenta ainda que “na parte da frente, onde ficam os terminais, também não é permitido entrar de carro, mas tem muita gente que ignora a placa que tem lá e circula pelo pátio onde os ônibus fazem as manobras”.
• Site: De acordo com a proprietária da Stradale, o site da Estação Rodoviária de Venâncio Aires está atualizado e oferece as informações necessárias em relação aos horários e destinos dos ônibus de transporte coletivo. Há também a possibilidade de busca de informações por meio do Facebook da Estação Rodoviária. “Já ouvimos queixas de que ninguém estaria respondendo as mensagens, mas a gente responde sim. É que às vezes é muita gente ao mesmo tempo”, observa.
“As redes sociais vieram para facilitar a comunicação entre as pessoas, mas na minha opinião estão sendo responsáveis pela destruição de uma geração. É difícil ver alguém fazendo postagem positiva nos seus perfis. Parece que as pessoas se alimentam de falar coisas negativas dos outros.”
LUCIANE KURZ
Proprietária da Stradale Terminais Rodoviários