Rotary promove projeto que combate a depressão e o suicídio

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A convite do Rotary Club Venâncio Aires, durante sua reunião semanal na quinta-feira, 29, o empresário santa-cruzense Cláudio Spengler e o médico psiquiatra Fernando Neves trouxeram um assunto nada simples de ser abordado. Depressão e suicídio ainda são tabus, mas que precisam ser debatidos e tratados como questão de saúde pública. No Vale do Rio Pardo, em especial Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, os índices são elevados e as causas variadas.

A palestra sobre Combate à Depressão e ao Suicídio se dividiu em duas partes. Na primeira, Spengler discorreu sobre o grupo de auto ajuda Enxugando Lágrimas, criado em Santa Cruz para ajudar pessoas com depressão. Autor do livro ‘Viver sempre, autoextermínio nunca’, em sua quarta edição, o empresário dedica parte de seu tempo para promover encontros e palestras sobre o tema.

Neves alerta para aumento dos suicídios entre os jovens. (Foto: Divulgação)
Neves alerta para aumento dos suicídios entre os jovens. (Foto: Divulgação)

Fundador da Associação Espírita Francisco de Assis, Spengler explicou que sentiu na pele o problema da depressão. Considera o tratamento rápido e assertivo essencial para sair da tristeza em um mês. Mesmo assim, tomou a decisão de ajudar quem precisasse. O livro é baseado no clássico da literatura espírita, ‘Memórias de um suicida’, psicografado por Ivonne do Amaral. ‘Viver sempre…’ narra a sofrida decisão da personagem pelo autoextermínio. “Quem ler, não se suicida. Vai ficar com medo”.

Em Santa Cruz do Sul, denominada capital do suicídio, Spengler explica que ocorrem 70 óbitos por 100 mil habitantes/ano, sendo que 20 na zona urbana. Em Venâncio Aires são 25 suicídios. Os índices baixam no âmbito do Estado (10) e de Brasil (4 a 5). As causas, segundo ele, são inúmeras. Mas, na região, normalmente estão ligadas à produção agrícola, em função do manuseio de pesticidas na lavoura de tabaco, por exemplo.

Spengler criou um grupo de apoio em Santa Cruz do Sul. (Foto: Divulgação)
Spengler criou um grupo de apoio em Santa Cruz do Sul. (Foto: Divulgação)

Num segundo momento, Neves chamou atenção para as consequências da pandemia do Covid-19. Em períodos de catástrofes, no mundo, passados os problemas, se observou o aumento do número de suicídios. A preocupação é que ocorra o mesmo. O médico também alertou para o crescimento dos índices de suicídio entre jovens, principalmente crianças e adolescentes de países de baixa e média renda, como o Brasil. E, ainda, entre idosos. Outro dado apresentado, é que apesar das mulheres sofrerem mais com a depressão, o autoextermínio ocorre mais entre os homens, pela efetividade da forma como se atentam, por enforcamento ou disparo de arma de fogo. “Mulheres, muitas vezes, recorrem a medicamentos.”

O tratamento da depressão, segundo Neves, é difícil. Em alguns municípios, órgão como os Centro de Atenção à Saúde Mental (Casm) ajudam, mas ainda não são suficientes. Por isso, defende, a necessidade de discutir o assunto com mais intensidade.

    

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