A poucos dias do fim do ano e em tempos de negociação salarial para a próxima safra de tabaco, já há movimentação em Venâncio Aires pelo início da próxima temporada de beneficiamento nas indústrias.
Uma parte vive uma expectativa ainda maior, já que diz respeito àqueles que não trabalharam em 2020 devido ao coronavírus. Ainda em março, logo depois de ‘estourar’ a pandemia, muitos safreiros (e mesmo efetivos) acabaram dispensados porque integravam o grupo de risco – mais de 60 anos ou que tomam medicação contínua, por exemplo. Conforme a Federação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo), nos três estados do Sul, em torno de 1,2 mil foram afastados – cerca de 10% do total de trabalhadores, entre efetivos e sazonais.
Mas essa dúvida sobre uma nova oportunidade pode estar mudando para um indicativo de certeza. Pelo o que é percebido nos últimos dias, o que ‘diz-que-me-diz’ é forte e muitas pessoas, nas conversas pela cidade, já confirmaram o convite para o retorno, inclusive com data marcada para o exame médico nas respectivas tabacaleiras.
Esse movimento vai ao encontro do que já pediu o Fentifumo há algum tempo: assegurar as contratações de trabalhadores sazonais de maneira global, sem excluir a de mão de obra dos chamados grupos de risco. “O que temos é a palavra das empresas que não terá segregação e devem chamar normalmente os trabalhadores, inclusive pessoas com mais de 60 anos e que sempre contribuíram com sua experiência”, apontou o presidente da federação, Gualter Baptista Júnior.
No entanto, ele faz uma ressalva, já que a data do exame estar marcada não garante a contratação. “Não se tem nada formalizado, mas ganhamos o compromisso de que pessoas mais velhas e que não têm maiores problemas de saúde, podem voltar a ter uma oportunidade.”
Salário
Paralelo à expectativa pelo retorno de quem não completou a safra neste ano, seguem as negociações para o dissídio. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, da Alimentação e Afins de Venâncio Aires, Rogério Siqueira, nesta semana houve uma conversa informal com os sindicatos e algumas empresas. “Discutimos algumas particularidades, mas tudo ainda incerto”, destacou. A previsão é que todas as negociações estejam encerradas ainda em dezembro.