A sazonalidade da cadeia produtiva do tabaco garantiu a Venâncio Aires o segundo lugar no ranking nacional de geração de vagas formais – proporcionalmente à população – no primeiro semestre deste ano entre os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes.
Um levantamento da consultoria paulista LCA, que considera os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que o número de empregos criados com carteira assinada na Capital Nacional do Chimarrão nos primeiros seis meses foi de 3.671. Em relação à população (68.653 habitantes), o município tem índice de geração de 5,3%.
A única cidade brasileira a superar Venâncio Aires foi Cristalina (GO), que tem um saldo de 3.469 postos de trabalho no período e, na comparação com o número de habitantes (62.249), fecha com o índice de 5,6%. Na terceira colocação do ranking aparece Canaã dos Carajás (PA), com o índice de 5%, fruto de 3.858 empregos criados e 77.079 habitantes. Em virtude das mesmas características da Capital do Chimarrão, Santa Cruz do Sul é a quarta colocada, com 6.172 vagas, 133.230 habitantes e índice de 4,6%. Lençóis Paulista (SP) completa o ‘top 5’ do estudo, com 2.606 empregos formais, 66.505 e 3,9% de índice.
Trabalho e população
De acordo com a consultoria LCA, a opção foi fazer uma relação entre criação de postos de trabalho e tamanho da população, pois os municípios mais populosos geralmente apresentam saldos maiores de criação de emprego, embora nem sempre sejam valores representativos para a dinâmica local. Os menores também podem apresentar distorções.
Sem considerar a faixa mínima de 50 mil habitantes, o município de Borá (SP) é o que tem maior número de vagas criadas (278) em relação à população (907) no período, um índice de 30,7%. Neste cenário, Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul aparecem na 60ª e 79ª colocações, respectivamente. Muçum e Seberi são os municípios do Rio Grande do Sul mais bem ranqueados, em 29º e 54º lugares, respectivamente.
649
É o número de empregos gerados, com carteira assinada, em Venâncio Aires, nos últimos 12 meses, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A diferença expressiva entre os 3.671 postos criados no primeiro semestre e o número referente a um ano é uma das explicações acerca da sazonalidade do tabaco.
Agronegócio
1 Os responsáveis pelo levantamento destacam que quatro dos cinco municípios que figuram entre os maiores geradores de vagas formais de trabalho em relação à população, no primeiro semestre de 2023, têm atividades diretamente ligadas ao agronegócio.
2 A exceção é Canaã dos Carajás, onde 77% do total do emprego vem da construção civil, impulsionada por obras públicas. Na cidade líder do ranking, Cristalina, quase 90% do saldo de vagas vêm da agropecuária, com o cultivo de soja e outras oleaginosas.
3 Nos casos de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, o estudo faz a mesma referência: 95% dos postos são criados pela indústria, sobretudo, pelo processamento do tabaco. Em Lençóis Paulistas, quase 60% dos empregos foram gerados pela indústria, em especial, pela celulose.