A sexta-feira, 22, marca um ato nacional de luta contra a Reforma da Previdência. Em diversas cidades brasileiras, sindicatos e trabalhadores protestam contra pontos que entendem como prejuízos diretos a determinadas classes.
As principais queixas são referentes ao aumento da idade mínima para aposentadorias, o salário-família e o abono do Programa de Integração Social (PIS). Estes pontos foram especificados em panfletos distribuídos no centro de Venâncio, no comércio e junto a grandes empresas, como metalúrgicas e fumageiras.
O ato foi organizado pelo Comitê Suprassindical, o qual foi retomado nas últimas semanas. O grupo é formado pelos sindicatos do Fumo, Alimentação e Afins, do Calçado e Vestuário, dos Metalúrgicos, dos Trabalhadores Rurais e dos Comerciários.
Alguns líderes sindicais do município também foram a Santa Cruz do Sul, onde há uma mobilização regional na Praça Siegfried Heuser. Sindicato dos Comerciários, União dos Estudantes Santa-Cruzenses (Uesc), Movimento de Mulheres em Luta (MML) e CSP Conlutas participaram da organização do ato.
“Tire as mãos dos meus direitos”
O material informativo entregue pelos sindicatos em Venâncio foi intitulado de “Tire as mãos dos meus direitos”. Nele, também há a informação sobre o tempo que o safrista teria de trabalhar se a reforma for aprovada. Na conta feita, o trabalhador temporário, que fica em média quatro meses na indústria de tabaco, teria que atuar até os 78 anos. No caso dos rurais, o material distribuído destacava o aumento da idade mínima para homens (65 anos) e mulheres (62 anos), com contribuição de 20 anos.
RELEMBRE
Antes da mobilização desta sexta, o Comitê Suprassindical já chegou a se reunir com o deputado federal Heitor Schuch (PSB). No último dia 7, ele esteve em Venâncio Aires, onde recebeu um documento que elencava aquilo que os sindicatos consideram as maiores perdas para as classes trabalhadoras. Entre elas, o abono do PIS. Atualmente, ele é pago a quem tem vencimentos de até dois salários mínimos, mas passará a ser de direito de quem ganha até um salário mínimo.
“Isso vai atingir 95% dos trabalhadores do calçado, por exemplo”, destacou o presidente do Sindicato do Calçado e Vestuário, João Émerson Dutra de Campos. Segundo ele, são cerca de 1.700 trabalhadores do setor em Venâncio Aires e Mato Leitão, municípios abrangidos pelo sindicato. No caso dos metalúrgicos, segundo o presidente do sindicato, Adolfo Celoni da Rosa, são 80%.