“Trabalho voluntário como uma forma de reverter minhas ações para a comunidade”, fala princesa da Fenachim

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Alexandra Keller, 29 anos, entrou para a história de Venâncio Aires como uma das princesas da 16ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim). A jovem que é odontopediatra e moradora do bairro Cidade Alta, nasceu no município de Panambi, mas desde os 3 anos reside em Venâncio Aires.

Ela conta que na infância, no Ensino Fundamental e Médio, sempre esteve envolvida com a arte, principalmente no colégio Gaspar, onde estudou na maioria do tempo. “Fiz parte do ballet, patinação, coral, teatro e Grêmio Estudantil”, relembra. Alexandra acreditava que esse seu envolvimento com arte seria estendido, também, para a área profissional, porém, sua paixão pela saúde falou mais alto. “Passei em Odontologia na Unisc em 2010 e em 2015 me formei, logo após, busquei especialização em odontopediatria, área que me encantei”, comenta. Se especializou na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, e após, fez mestrado em Passo Fundo. “Ainda tenho o sonho de dar aulas na minha área”, conta.

Durante sua trajetória acadêmica, Alexandra destaca que sempre se dividiu entre morar em Venâncio Aires e nas cidades onde estudou. “Passava a semana fora de casa, mas nos finais de semana, sempre voltava para a família”, afirma.

A experiência profissional já iniciou logo após a formação. Primeiro como clínica geral e depois, como sempre quis, trabalhando somente com crianças, em Lajedo e Santa Cruz do Sul. Agora, há dois anos trabalha com o público infantil em uma clínica na Capital do Chimarrão.

Família

Alexandra é filha de André Keller, 55 anos, e Fabiana Keller, 53 anos, e tem uma irmã, Ana Luiza Keller, de 17 anos. “Ela sempre foi minha bonequinha e nos damos muito bem. É minha melhor amiga, compartilhamos muitas coisas, conversamos, saímos e ela também me apoiou muito na Fenachim, aliás, toda minha família ajudou muito em todas as etapas. Minha família é tudo pra mim”.

Os demais familiares são moradores de Panambi, Santo Ângelo e Passo Fundo. Sobre a distância da família, Alexandra destaca que muitos amigos supriram essa falta. “Tenho amigas que estudaram comigo a vida toda, então viraram minha família também”.
Na noite do sábado, 30, grande parte da família de Alexandra estava no ginásio Poliesportivo, lhe apoiando na torcida.

Alexandra com os pais André e Fabiana e a irmã Ana Luiza.

A presença no voluntariado

Desde pequena, a princesa da 16ª Fenachim se dedica a projetos voluntários. “Sempre carreguei isso comigo, vejo o trabalho voluntário como uma forma de reverter minhas ações para a comunidade”, destaca. Ela sempre participou de projetos voltados à área infantil na graduação, com gestantes e também crianças com espectro autista durante o mestrado.

Alexandra participa também da trupe Doutores P, que leva alegria e arte para o Hospital São Sebastião Mártir. “É um trabalho lindo que sinto falta, pois desde a pandemia, não conseguimos realizar mais”, observa.

Um intercâmbio para Moçambique também faz parte do currículo da princesa. Quando tinha 19 anos, ela ficou dois meses na capital Maputo com mais estudantes da Unisc e trabalhou com crianças e mulheres desamparadas com Aids. “Foi uma experiência incrível”.
Recentemente, a jovem foi convidada para integrar uma organização não-governamental da cidade, a Junior Chamber International (JCI), e pretende conseguir conciliar os compromissos da corte com as reuniões e projetos da entidade.

“Ser voluntária é uma das minhas missões na Terra, meu sentido de vida. Não só doar para me sentir bem, mas ver a alegria das pessoas. Ser a diferença na vida delas. A Fenachim também é isso, é doação, um voluntariado pelo município.”
ALEXANDRA KELLER
Princesa da 16ª Fenachim

“É agora ou nunca”

A princesa comenta que sempre foi ligada em concursos de beleza, principalmente os de miss. “Minha avó por parte de mãe sempre me incentivou muito, ela me ligava para assistir aos programas e depois comentávamos sobre”. Alexandra já fez tentativas em seleções de modelo para o mundo da moda, porém, nesse universo, ela constatou que apenas o padrão de medidas interessava,e acabou não seguindo carreira.

Sobre a Fenachim, ela afirma ir muito além da beleza. “Não adianta só ser bonita, a Fenachim leva em conta toda a parte intelectual e passamos por diversas entrevistas. Consegui desenvolver muito a parte da comunicação nesta preparação”.

O interesse em participar da Fenachim sempre esteve com ela, porém, a jovem conta que nos períodos de inscrições em anos anteriores sempre tinha outras prioridades, como os estudos. “Esse ano em específico eu estava morando aqui e aumentaram a idade no regulamento de participação, então pensei: é agora ou nunca”, enfatiza. O regulamento permitiu participações de jovens de até 30 anos nesta edição.

Alexandra entrou para o concurso também com o intuito de fazer novas amizades e se integrar na sociedade da Capital do Chimarrão. “Acabei fazendo amigas maravilhosas no concurso, elas vinham na minha casa e estudávamos juntas. São amizades bonitas que levarei para a vida”.

O dia da escolha

O sábado, dia 30 de outubro de 2021, nunca mais sairá da memória de Alexandra. A noite da coroação foi resumida pela jovem como um momento de emoção, alegria, um misto de felicidade muito grande e também de tristeza pela etapa com as demais candidatas ter se encerrado. “Todas estávamos ansiosas para o grande dia. O espetáculo foi pensado para que tudo saísse perfeito para as pessoas que estavam assistindo e também para nós”, afirma.

No momento em que lhe anunciaram como princesa da festa, Alexandra relembra que todas estavam de mãos dadas nos bastidores e que não haviam escutado o anúncio. “Não entendíamos o que estava sendo falado e foi um misto de será que é, será que não é. Tanto que entrei ligeiro por já estar atrasada e quando ganhei a coroa, só fechei os olhos e quis chorar”, relembra, com um largo sorriso no rosto.

Sobre os primeiros dias de compromissos com a corte, Alexandra conta que está sendo incrível essa vivência tão intensa. “Pessoas param para nos abraçar e as crianças vêm tirar fotos. Todos gostam muito da Fenachim”, afirma.

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Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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