Último trecho de paralelepípedos da Osvaldo Aranha será asfaltado

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A rua Osvaldo Aranha entre a Jacob Becker e a General Osório – trecho do Calçadão – está fechada para o fluxo de carros durante esta semana. O motivo é a preparação do local, que será asfaltado a partir da primeira semana de novembro.

Desde ontem, uma equipe da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp) de Venâncio Aires trabalha na remoção do material, limpeza e na base para receber o capeamento. O asfalto se trata de uma novidade dentro do projeto de reformulação do Calçadão. Inicialmente, a obra, que começou em julho, previa, entre outras melhorias, o alargamento da via para estacionamento, no lado esquerdo de quem desce a rua.

Com a inclusão, o último trecho da Osvaldo Aranha que ainda tinha paralelepípedos – cerca de 190 metros lineares – será asfaltado. Esse capeamento de 1.775,39 metros quadrados será custeado pela Prefeitura – R$ 183.126,63. Para isso, foi feito um aditamento (acréscimo) no contrato que já existia com a Conpasul e que resultou no recapeamento das ruas centrais da cidade nos últimos dois anos.

Segundo o engenheiro civil da Secretaria de Planejamento e Urbanismo, Adilson Stertz, o local está na mesma situação da Osvaldo Aranha quando foi aberta para obras de esgotamento sanitário. “Nessa parte de chão batido, onde também houve troca de tubulação, será depositada uma carga de brita graduada. Só depois o asfalto”, explica. Ainda conforme Stertz, além do asfalto, o trecho receberá a sinalização viária, com pintura de faixas e placas.

Uniforme

Para o empresário Volnei Sehn, que é proprietário de imóveis ao longo do trecho, o asfaltamento vai melhorar a aparência do local, com um aspecto mais ‘uniforme’. “Ficamos felizes, porque estávamos pleiteando junto à Prefeitura essa possibilidade. Creio que vai ficar melhor, se não seria só esse trecho sem asfalto. Vai melhorar a aparência e para o fluxo de carros.”

O capeamento será custeado pela Administração, assim como cerca de R$ 69 mil em mão de obra, como demolição das floreiras e retirada de raízes e entulhos. Mas a maior parte do custo do projeto original saiu do bolso dos proprietário de imóveis – R$ 134.116,85 de R$ 203.725,37.

Aditamento

O acréscimo da obra aconteceu dentro do contrato com a Conpasul, de R$ 4 milhões, para asfaltamento de 50 quadras no centro de Venâncio. As obras, iniciadas em 2018, resultaram no capeamento de trechos das ruas Osvaldo Aranha, Tiradentes, General Osório, 7 de Setembro, Jacob Becker, Armando Ruschel, Fernando Manoel Schwingel e 15 de Novembro.

Mudança de cenário

Com a reformulação do trecho, aquele que foi o cenário característico do centro de Venâncio Aires nos últimos 25 anos está mudando. O Largo do Chimarrão, ou Calçadão como o venâncio-airense se habituou a chamar, foi projetado em 1994 pela arquiteta e urbanista, Sandra Sperb.

Na época, além de ampliar a área de bares e lojas, como uma extensão da Praça Católica, Sandra sugeriu que se mantivesse o paralelepípedo de granito como uma forma de preservação histórica. Agora, com a nova obra, a pavimentação original será coberta. “Precisamos entender que é uma questão de modernidade o asfaltamento, mas quem sabe seria possível manter parte dessa história? Usar esse paralelepípedo em algum trecho específico?”, sugere Sandra.

Sobre isso, a Secretaria de Planejamento e Urbanismo informou que o projeto prevê o capeamento e que as pedras retiradas para a troca de tubulação foram estocadas na Sisp. Nas demais partes da rua, o paralelepípedo não deve ser extraído.

História

Esse trecho da rua Osvaldo Aranha pode ter sido o primeiro a ser pavimentado no centro de Venâncio Aires. A reportagem não encontrou registros seguros e que ratificam essa informação, mas uma pista leva a cerca de 60 anos atrás.

O engenheiro civil aposentado, Celso Knies, hoje com 76 anos, cresceu nos arredores do centro. Segundo ele, nos seus tempos de ginásio no Colégio Aparecida – entre 1956 e 1958 – , os desfiles de 7 de Setembro ainda eram sobre ‘chão batido’. “Foi depois que fui cursar o Científico em Santa Cruz, com 15 anos, que veio a pavimentação”, lembra.

Assim, de acordo com o relato de Knies, essa obra deve ter acontecido entre 1959 e início da década de 1960. Pelo período, ou foi no fim do governo de Hermes Jorge Pereira ou no segundo mandato de Alfredo Scherer.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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